terça-feira, 30 de agosto de 2016

Caladinhos Como Eles Gostam de Nos Ver

"Enquanto fomos bons rapazes fomos sempre comidos".
Esta frase é muito conhecida, e quem o diz também o é. O seu autor foi José Maria Pedroto e referia-se ao tempo de marasmo que se vivia na época no tudo menos "reino" do Dragão. Todos faziam o que queriam connosco, éramos bons moços e o bombo da festa, onde os clubes de Lisboa nos comiam de qualquer maneira e feitio e não arrebitávamos cabelo.

Foi com a aliança inquebrável entre o atual presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, e José Maria Pedroto que tudo isto, aos poucos, começou a mudar e curiosamente começamos, também, a ganhar.

É claro que quando os, à época, "provincianos lá do norte" começaram a baterem-se olhos nos olhos com os clubes Lisboetas passamos de bons rapazes para os maus da fita e toda a história já a conhecemos até hoje.

Serviu esta pequena introdução para trazer a história ao de cima. Se há algo em que a História nos é útil, é para que possamos aprender com o passado para que no futuro não se cometam os mesmos erros. De facto, devíamos ter aprendido com o passado, e até há umas épocas todos julgávamos que sim. Certo é que, há uns anos a esta parte, vemos um FC Porto caladinho que nem um rato, onde todos nos metem a pata em cima e ninguém diz nada, como se tudo estivesse às mil maravilhas.

Proibido falar?
O clube deixou de falar quando devia, entregou essa responsabilidade por inteiro a treinadores que se prejudicaram e muito com isso, Vitor Pereira é um exemplo, Lopetegui outro. Esperamos sempre que isso não passasse de uma fase e que, mais cedo ou mais tarde, o FC Porto inconformado voltaria, certo é que o mais rebelde ato de resposta por parte dos Azuis e Brancos foi um "Dragões Diário". É alguma coisa, mas chega?

Domingo, o FC Porto foi prejudicado a olhos vistos, perdemos um jogo por 2 bolas a 1 em que os dois golos do adversário são obtidos de forma ilegal. O que dissemos ou fizemos nós?
Mais uma vez ficamos entregues à voz do treinador e à indignação de um jogador que está a fazer a segunda época de dragão ao peito, Casillas.

E escuso-me a falar da reação ridícula no facebook e twitter do FC Porto que até gozo permitiu na resposta dada pelo Sporting, também no seu twitter.

Foi há duas semanas que se passaram dois dias a ventilar na comunicação social que Antero Henrique estaria de saída do FC Porto e, com isso, todo e qualquer tipo de suspeições e especulações. O que fez o FC Porto? Nada. Antero continuou presente no banco comprometido com a sua função e nós, mais uma vez, caladinhos.

É este silêncio muito barulhento, esta passividade e indiferença que incomoda. Uma postura irreconhecível e que só vê defesa do clube por essa internet fora, por parte de adeptos, pessoas que se incomodam mais do que quem lá está para o fazer.

A quem tem permitido esta postura apática que se mentalize de uma coisa: por mais jogadores que contratemos, por melhores treinadores que tenhamos no banco, enquanto permitirmos que nos pisem, digam o que quiserem sobre nós e nos prejudiquem descaradamente vai-nos ser muito difícil ganhar e não vamos lutar nunca de igual para igual.

Falem, sejam também a voz indignada dos adeptos, não deixem que maltratem o Dragão.

O jogo de Domingo já terminou, mas continuamos a perdê-lo.

Voltamos a ser bons rapazes, ganhamos 0 e somos comidos cada vez mais.

Saber (Re)agir

O FUTEBOL CLUBE DO PORTO sofreu, no domingo, a primeira derrota na LIGA NOS, isto, na semana em que, não só garantiu a entrada na fase de grupos da LIGA DOS CAMPEÕES - com uma categórica vitória em Roma -, como viu ainda ÓLIVER torres e diogo JOTA serem garantidos como reforços. Por outro lado, a semana dos leões, ficou marcada, também, pelas várias notícias sobre o mercado, com entradas e saídas, mas ainda pelas declarações do seu presidente elogiando - digo bem – elogiando o Conselho de Arbitragem da Liga que reagiu, elegendo o novato e lisboeta TIAGO MARTINS para o jogo de domingo. E siga o clássico.

NUNO ESPÍRITO SANTO, a meu ver, preparou a melhor estratégia para o clássico. E não só o Dragão entrou bem, como acabou por se adiantar no marcador. Tal como em Roma, foi o brasileiro FELIPE a faturar. A entrada forte deveu-se ao meio-campo. Não em pressão alta, mas uma forte pressão na zona central do campo com andré ANDRÉ, hector HERRERA, DANILO pereira e até OTÁVIO que, defensivamente, fechava por dentro. Com isso, conseguimos recuperar várias bolas e, devido à superioridade e ao desdobramento de OTÁVIO e ANDRÉ, íamos dando sequência, saíndo quase sempre bem com bola controlada. Com isso, o Sporting CP e a estratégia de JORGE JESUS estavam dominados.
O 11 para o jogo de futebol


No entanto, o treinador do SPORTING, não a tempo de evitar o golo mas a tempo de uma reviravolta, mexeu no jogo. A zona onde os leões não conseguiam ser superiores contaria com mais um homem, BRUNO CÉSAR. E isso refletiu-se em duas coisas: a primeira, mais jogo para WIILLIAM CARVALHO e depois, espaço nas alas onde apareceriam, além dos laterais e do ala GELSON, ÁDRIEN silva, bryan RUIZ e até islam SLIMANI. Objetivo simples. Colocar mais um homem no meio para, curiosamente, jogar por fora.

Bem, e isso foi visível durante alguns minutos mas, se seria suficiente, não sabemos. E este clássico deve-nos isso. Aliás, a partir daí, o jogo deixa de ser para comentadores de táticas e passa para comentadores de arbitragem. Como tal, o Sporting tentou dar uma bofetada no jogo e sebastian COATES levou à letra com o ANDRÉ SILVA por perto. O miúdo lá ficou por terra, mas a queda mais bonita foi a do argelino leonino que lá foi assinalada como falta. Bem, devo ser mesmo negativista para dizer à minha esposa e aos meus pais, que me acompanhavam, que não queria ver o livre. Pois bem, bola no poste, no peito e, parece-me, no braço de GELSON e é SLIMANI que garante o empate. Logo de seguida, e num filme já visto, é o braço de RUIZ a ser ignorado pelo juiz e que origina o 2-1.

A história do jogo podia muito bem ter ficado por aqui, e por um fora de jogo inexistente a ANDRÉ SILVA, umas quantas cotoveladas e entradas mais duras de SLIMANI, WILLIAM e ADRIEN, mas é bem mais que isto.

Se podíamos ter visto outro clássico, podíamos, é certo, mas não é menos certo que podíamos ter visto um FC PORTO diferente e a saber reagir. Até porque falar da péssima arbitragem e não falar nos péssimos 90 minutos de HERRERA é ser incoerente. Além disso, NUNO viu o jogo de Roma pesar nas pernas de OTÁVIO e ANDRÉ e lançou ao intervalo ÓLIVER numa jogada de risco e que não teve o desejado rendimento.

Para finalizar, e porque este clássico teve contornos especiais, digo que NUNO vai pagando (por enquanto) o preço de uma má gestão da SAD azul e branca nos últimos anos, mas, não sendo a minha primeira, segunda ou terceira opção, faz-me acreditar que algo possa mudar. Para isso, há que saber reagir.

PS: visto que o campeonato vai sofrer uma paragem, sempre podemos tirar um tempinho para ver o filho do presidente do Conselho de Disciplina da Liga em ação. Para os interessados, ACADEMIA SPORTING em Alcochete. Fica a dica.

Destaques

Felipe - Segundo jogo a marcar. Mais que isso, de jogo para jogo os posicionamentos e tempos de entrada vão tendo melhorias. Com eliaquim MANGALA ao lado...

Otávio - Continuo a adorar o miúdo. Ataca, defende, passa, finta e... até sozinho vai criando (inventando) jogadas.

Depoitre - Não rematou nenhuma vez mas... gostei. Muito bem de costas para a baliza e na entrega ao jogo. Ganhamos físico na frente e passamos a chegar mais perto da área adversária.

Casillas - Um lance infeliz num cruzamento não mancha a forma como defendeu o FC PORTO. Quer na injustiça que sentiu dentro do campo, quer no flash interview.



por Fábio Daniel Ferreira,
Muralha Azul

sábado, 27 de agosto de 2016

Para Crentes e Não Crentes


Espírito Santo de um lado, Jesus do outro. Que Deus nos abençoe!

É amanhã! A santíssima trindade vai reunir-se em Alvalade e vai terminar com o difícil início de campeonato à qual o FC Porto ficou destinado (e não, não foi "por obra e graça do Espírito Santo").

Depois de um calendário que ditou que nos primeiros 5 jogos dos Azuis e Brancos iríamos defrontar a AS Roma por duas vezes, num importante acesso à fase de grupos da Champions League, e o Sporting à jornada, eis que o fim desse pequeno, mas complicado ciclo, está aí.

O Sporting CP - FC Porto joga-se amanhã em Alvalade e uma vitória deixa-nos em primeiro lugar isolados dos demais. A liderança ao cabo de 3 jornadas não é grande feito, mas tomar de assalto este altar é sempre bom.

Diz-nos a Bíblia que o Espírito Santo é representado por uma Pomba, pois bem, se há coisa que não podemos ser neste jogo é passarinhos, e isso, quem nos diz são as estatísticas. Em 223 jogos realizados entre portistas e sportinguistas contam-se 80 vitórias para cada lado e 63 empates, sendo que o FC Porto não vence em Alvalade vão corridos 8 anos.

Se dúvidas houvessem sobre a preferência de Deus Pai entre Deus Filho (Jesus) e Deus Omnipotente (Espírito Santo) essas ficam assim desfeitas. Mais equilíbrio seria impossível.

Batismo de Jesus, com o Espírito Santo 
representado na forma de uma pomba no alto.

Um FC Porto à imagem do que vimos no Olímpico de Roma é o que todos esperamos: raça; luta; saber sofrer e, no final, vencer. A equipa vem de uma grande vitória e vai para este jogo com uma confiança e otimismo que, na dose recomendada, poderão ser importantes para um desfecho favorável aos dragões, o que seria um passo sólido na caminhada até à conquista do tão desejado campeonato.

Uma entrada forte e concentrada é importante, os erros nestes jogos podem ter o dobro das consequências, e as fragilidades tem de estar mais disfarçadas que nunca. Neste David contra Golias só um vencedor importa!

Para Crentes e Não Crentes, só o FC Porto interessa que saia vencedor deste autêntico evangelho.

Em nome do Pai
Que perca o Filho
E vença o Espírito Santo!


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Todos os Caminhos Vão Dar à Champions

Enormes, Incrível, Nostálgico.

É ainda toldado pelo efeito da vitória de ontem que me sento a escrever sobre o AS Roma 0-3 FC Porto.

É desta forma que caracterizo a vitória de ontem: enormes pelo jogo, incrível pelo resultado e nostálgico pelo sentimento de Porto que há muito não se via e foi logo ali, no Olímpico de Roma.

Se há jogo pelo qual há muito a dizer é o de ontem, pela partida em si, pela importância ao nível financeiro, bem como tudo o que representa uma vitória como esta para a alma da equipa e do universo azul e branco.

Na análise ao jogo da 1ª mão disse: “Vamos para Roma com a tarefa dificultada e com a certeza que a entrada no jogo de ontem não se pode repetir, caso contrário jogando fora, podemos vir a passar sérias dificuldades.”

Não só não entramos como no primeiro jogo, como o fizemos de forma forte e atrevida. A estratégia estava bem montada, não nos encolhemos e com um meio campo ciente da sua importância para o resultado final, fomos fechando os caminhos romanos.

Foi logo ao min 8 que se abriu o marcador, Felipe foi quem subiu lá acima e, desta vez na baliza certa, empurrou para o 0-1.

À frente na eliminatória, era preciso ter cabeça, mais que a que teve o central brasileiro e o FC Porto teve-a, sendo agraciado pela expulsão de De Rossi ao min 39.

Os Deuses (não os Romanos, certamente) pareciam estar do nosso lado e a vantagem portista podia ter sido dilatada mesmo antes de acabar a primeira-parte.

A união que fez a força
O segundo-tempo exigia um FC Porto focado e ao nível do que iniciou o primeiro, embora com menos um a Roma tinha de correr atrás do prejuízo. Os italianos não só não o conseguiram fazer fruto da nossa boa organização, como se hipotecaram ainda mais e, talvez por novo toque divino, os Romanos viram as suas fileiras passar de 10 para 9 homens, depois de uma entrada violenta de Palmieri sobre Corona, corria o min 50.

A tarefa facilitava-se ainda mais, mas foi com 9 que a Roma fez recuar o FC Porto demasiado tempo. Foi entre calafrios e ataques rápidos do adversário que os Dragões sentenciaram o jogo, 0-2 por Layún aos 73’.

Não satisfeito, dois minutos depois, ainda houve tempo para a machadada final no “império” Romano. Corona foi o carrasco.

O jogo terminou assim: 0-3 e o FC Porto continua a marcar presença no restrito lote de clubes com maior número de participações na Champions. Fomos equipa, e jogamos como tínhamos de jogar.

A vitória é importante, o contributo financeiro que esta traz também o é mas, acima de tudo, fomos Porto dentro de campo de início ao fim, aquilo pela qual já tanto aguardávamos.

Depois de nos quererem ver mortos, rezarem eliminações e por números contundentes aí estamos, e qual a melhor maneira de os ver engolir em seco? Esta mesmo.

Numa cidade rica em ruínas, venceu a Muralha Azul e Branca.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Não o Comam de Cebolada!

Foi desta forma que Rui Vitória, em Novembro do ano passado, se manifestou contra a arbitragem de Jorge Sousa num jogo para a Taça de Portugal contra o rival lisboeta, aquando da sua eliminação.

Não deixa de ser curioso que o treinador do Benfica se tivesse referido à cebolada para os seus lamentos à arbitragem, até porque todos sabemos que a cebola faz chorar. Talvez ajude a explicar.
Por favor, era uma cebolada!

Certo é que o homem não fala de arbitragem...excepto quando não ganha.
Foi assim com o Sporting, foi assim com FC Porto, foi assim com outros e ontem Rui Vitória voltou, e logo à segunda jornada.
Há que colocar pressão em quem agora dirige a arbitragem desde cedo e passar a ideia que tudo isto não passa do início de uma cabala contra o seu clube, os bons da fita e sempre prejudicados da história, claro está. Uma coisa é certa este já foi para a jarra.

Lopetegui era o mau, e tudo o que dizia era-lhe encomendado, porque ele até "nem percebia nada disto" certo é que ontem Luís Filipe Vieira fez questão de se fazer acompanhar por Rui Costa e assistir à conferência de imprensa de Rui Vitória, certamente atraídos pelo cheiro intenso a cebolada.

Era "a primeira enchente da época para receber o tri-campeão" no "rumo ao tetra" e fazer um jogo fraco com "o plantel fortíssimo" que conseguiram construir é uma chatice.

domingo, 21 de agosto de 2016

De Rafa a “Rafeiro” e a Primeira Derrota da Época

O nome é pequeno, apenas Rafa, mas a novela que protagonizou foi a mais longa do mercado. Uma novela que, aparentemente, está a terminar e, pelos vistos, da pior forma para o nosso clube.

Rafael Alexandre Silva, formado no Alverca, tem 23 anos e teve uma passagem pelo Feirense antes de chegar a Braga. E foi nos guerreiros do Minho que Rafa despertou o interesse dos três grandes. No entanto, as exibições do extremo/avançado na época transata despertaram o interesse mais incessante do Futebol Clube do Porto e do Benfica, numa luta que foi ainda, aqui e ali, apimentada (na imprensa) por supostos interesses de Inglaterra, Rússia e até do Continente Asiático.

Nesta rubrica não debaterei se o jovem natural de Vila Franca de Xira é ou não um bom reforço para a equipa de Nuno Espírito Santo, se colmata ou não uma lacuna na sua posição ou até se vale ou não os 20M que tanto se apregoou por aí, mas de uma coisa não há dúvida, Rafa é um dos grandes valores portugueses deste campeonato. 

Troféu Rafa Silva
Aliado a isso, que é a razão pela qual o nosso clube mostrou interesse, Rafa é campeão europeu, é jovem, é português e... nesta luta entre Dragões e águias mostrou desde o primeiro momento a preferência por nós. E este deve ser o ponto principal. 

O Futebol Clube do Porto é, neste momento, um clube frágil. A paciência dos adeptos já não é a mesma do passado e qualquer falhanço do clube, quer a nível desportivo, quer a nível financeiro, é motivo para se concluir que o clube não está a ir na direção certa. Ora, nessa linha de pensamento, Rafa tornou-se, a certo momento, um troféu de um clássico muito especial, e jogos em que o troféu pode escolher o vencedor há poucos. 

E se estivemos quase sempre à frente, chegando até a acordo com os bracarenses e com o empresário do atleta, a bola está agora do lado encarnado. Chegaram tarde, mas chegaram. Obviamente que para muitos adeptos significa mais um negócio falhado (na linha do que vem acontecendo nos últimos anos), para outros o “enorme” Rafa passa a simples “rafeiro”, mas, para mim, tenha como esta novela como vilão Pinto da Costa, António Salvador ou António Araújo (empresário do jogador), significa apenas, frente ao rival de sempre, a primeira derrota da época, num jogo em que repito, o troféu queria cair para o nosso lado. 

Da mesma forma que, para mim, nenhum jogador é indispensável, o processo Rafa devia ter tido outro desfecho. E porque o jogador, aparentemente, ainda não pôs o preto no branco, a ver vamos se ainda há um minuto 92 nesta história. 


por Fábio Daniel Ferreira,
Muralha Azul

Como Assim 1-0!?

FC Porto e Estoril marcaram ontem o regresso do campeonato nacional ao Dragão num jogo em que, perante o caudal ofensivo dos portistas, só se pode mesmo perguntar: "Como assim 1-0!?"

Com duas surpresas no 11 inicial, Varela e Rúben Neves (o NES meteu Rúben de início? Não se faz isso ao miúdo...) os azuis e brancos entraram fortes na partida e a querer marcar cedo, jogando rápido e de forma fluída, foi valendo ao clube da linha a falta de pontaria e o seu guarda-redes, Moreira.
E a primeira-parte foi mesmo isto, várias oportunidades desperdiçadas, com uma bola à trave, e o guardião adversário em grande estilo. O FC Porto somava 17 remates ao intervalo, 15 de dentro da área, 10 de cabeça mas apenas 5 enquadrados.

Veio o segundo tempo e com ele veio também Adrián Lopéz para o lugar do mágico Varela que, depois de 45 min invisível, esperava-o no balneário uma carta para Hogwarts. 
A baliza estorislista manteve-se no foco da equipa da casa, as oportunidades continuavam a suceder-se e a falta de pontaria também. Chegavam os 70 min, o placar continuava em 0-0 e começava-se a roer as unhas. O mais que merecido golo tardava em chegar para que que pudesse tranquilizar as hostes portistas e a equipa. 
André Silva, 3 jogos 3 golos.
Apesar disso, os Dragões não baixaram os braços e, com menos clarividência e mais pressa iam insistindo e, à semelhança do jogo com a AS Roma, com vários cruzamentos para a área. A fórmula desta vez resultara e André Silva (cada vez mais firme no lugar), aos 84 min correspondeu da melhor forma ao cruzamento de Layún que gravou assim a sua primeira assistência da época. Aliás, o defesa mexicano acabou a partida com 8 passes para ocasião de golo, 4 remates (três enquadrados), 27 cruzamentos (sete de bola corrida), 13 eficazes (quatro de bola corrida).

O jogo chegou ao fim com a certeza de um resultado que pecou por escasso e que nos fez sofrer praticamente até ao final sem necessidade, com um autocarro amarelo que tardou em ser contornado.
A equipa do Estoril não deu grande réplica de si, mais por mérito nosso do que por demérito seu mas, e verdade seja dita, não jogaram muito.

Destaques

Layún - Não podia ser de outra forma a maneira como disse "presente" na primeira oportunidade que teve de iniciar a partida no lugar de Alex Telles. Fez um ótimo jogo e deu todas as garantias de que talvez não merecesse ter iniciado a época com o estatuto de suplente.

André Silva - Mais uma vez o jovem da formação azul e branca a mostrar tudo aquilo de que é feito, não podia pedir melhor início de campeonato e vai mostrando a todo o custo que podemos estar descansados com o nosso homem da frente.

Marcano - No jogo com o Rio Ave mencionei o central e, mais uma vez, volto a fazê-lo. Impecável. Continua assim Marcano, faz-nos engolir este sapo!

Próximo jogo é em Roma, carregado de importância e que ditará o cumprimento ou não do primeiro grande objetivo da época.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Medo, Reação e Frustração

FC Porto e AS Roma empataram a uma bola, era essencial vencer e não sofrer golos. Nem uma, nem outra, mas tem de haver esperança para Roma.

Com Adrián Lopéz a ser a surpresa no 11, NES optou por jogar num sistema tático diferente, o 4-4-2.
Os primeiros 25 minutos de jogo foram de medo, não encontro outra palavra para os descrever. Jogou-se muito pouco, o FC Porto apenas tentava reagir com bolas longas inconsequentes, entregou o jogo ao adversário e, a defender com muita gente (em 4-5-1), não conseguia evitar que os romanos se aproximassem cada vez mais da sua baliza e com mais perigo, não pressionando e a dar o espaço necessário para o adversário trocar a bola com relativa facilidade.

Com tanta inércia, Casillas chegou-se à frente para nos deixar com um mini ataque cardíaco que quase custou o primeiro golo.
Com o jogo a correr-nos de tal forma "bem", o que faltava? O golo, claro está. Mas não podia ser um golo qualquer, tinha de ser de auto-golo e por Felipe.

Goradas as esperanças iniciais de um resultado que nos deixasse em boa posição para o segundo jogo, os azuis e brancos, à semelhança do que aconteceu em Vila do Conde, reagiram.
Próxima paragem: Olímpico de Roma

A reação portista fez-se logo notar, a equipa acordou e, finalmente, entrou em jogo. Assumiu as despesas, foi criando oportunidades e viu Vermaelen ser expulso.
A tarefa do FC Porto parecia ficar um pouco mais facilitada e, podia ter-se efetivado tivesse sido assinalado um penalti claro por mão na bola de Juan Jesus (depois de "la mano de Dios" a "mano di Gesù").

Na segunda parte, a toada continuou, e até chegamos mesmo a marcar e a festejar mas, desta vez, o árbitro de baliza viu, e tirou a Adrián a hipótese de se tornar a agradável surpresa da partida.

Não foi pelo espanhol foi por André Silva que, em novo penalti, converteu e empatou a partida.

Até ao final do jogo o FC Porto continuou a tentar, merecia novo golo mas não conseguiu, incorrendo no erro dos sucessivos cruzamentos quando na área contrária estavam 3 centrais que fizeram a desfeita de não dar uma de Felipe.

Resultado final 1-1, e a frustração de que merecíamos outro resultado pelo que fizemos após o golo sofrido.
Vamos para Roma com a tarefa dificultada e com a certeza que a entrada no jogo de ontem não se pode repetir, caso contrário jogando fora, podemos vir a passar sérias dificuldades.

sábado, 13 de agosto de 2016

Dragão Navega no Rio Ave

Como se exigia, o FC Porto bateu o Rio Ave por 3 bolas a 1 e entrou com o pé direito na época que agora começou.

O Fábio, no seu post de estreia, deu o mote. Definitivamente e como há muito não se via, era obrigatório vencer o primeiro jogo do campeonato, não só pelo início de época que aí vem, mas também pelo passado recente que vem assombrando o FC Porto. 
O onze de NES

O Dragão navegou nas águas do Rio Ave. Um início de navegação marcado pelas fortes correntes que deixaram a equipa portista em desvantagem aos 36 min e que, por momentos, fez tremer o objetivo importante que era entrar bem no campeonato. Os azuis e brancos reagiram bem ao golo sofrido, aliás, se até aí estava um jogo morno com muita luta a meio campo, a partir desse momento a equipa ganhou um pouco mais de desenvoltura empatando passados 4 min por Corona, podendo mesmo ter ido a vencer para o intervalo novamente após remate do mexicano.

Chegado ao fim um primeiro tempo sem grande história destaca-se o golo do Rio Ave numa falha de marcação nossa no canto e a rápida reação Portista.

A segunda-parte começou com uma pressão forte dos vilacondenses com o FC Porto a ver-se obrigado a dar muitos chutos para a frente até à altura do 1-2 num golaço de Herrera. Estava feita a reviravolta, e aquela que ao início começou por ser uma navegação algo difícil passou a fazer-se em águas mais calmas e ao sabor do vento. Sem grande brilhantismo, mas competente, o FC Porto chegava ao terceiro golo num penalti claro sobre Otávio, convertido pelo jovem André Silva. Estava feito o 1-3.

O resultado manteve-se inalterado até final com destaque para a estreia de Depoitre e para a expulsão de Alex Telles, num segundo cartão amarelo que não deixa de ser discutível.

Destaques:

Espírito (Santo?) de equipa:
 Se não se assistiu a um jogo de muito brilhantismo, não se pode dizer que não tenha existido combatividade e garra, algo que levou a equipa à reação rápida ao golo e consequente empate na partida.

Marcano: O espanhol ainda não me oferece a confiança necessária, mas não posso deixar de ver um aumento de confiança no central, tendo feito um bom jogo sem comprometer. 

Otávio: Otávio merece um destaque, bem como a forma como agarrou a oportunidade que lhe foi dada, sem grande exuberância, acrescentou perfume ao jogo portista. 

O próximo adversário é a AS Roma, que esta navegação siga de vento em popa, agora, para a Champions League.

P.S.- Estão abertas as sondagens para o melhor em campo no jogo de ontem ao lado direito no blog.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Importante É Como Se Começa

Nota prévia de abertura:

Em semana de estreias e apresentações de reforços no universo Portista, a Muralha Azul segue pelo mesmo caminho. Uma das novidades do blog é hoje apresentada.

A partir de hoje, a Muralha Azul passa a contar com o contributo do Fábio Daniel Ferreira que, juntamente comigo, irá escrever neste espaço de Portismo com opiniões e análises sérias e pertinentes. O Fábio estreia-se hoje na Muralha Azul e é ele quem assina este post.
Vai começar a caminhada
Diz-se, normalmente, que não importa como se começa mas sim como se acaba. Pois bem, depois do uma pré-época atribulada para os lados do Dragão, o ditado não fará lá muito sentido.

Coincidente com a minha estreia na “Muralha Azul”, o Futebol Clube do Porto estreia-se no campeonato, já amanhã em Vila do Conde frente ao Rio Ave. E sinceramente, não me lembro de uma primeira jornada em que vencer fosse OBRIGATÓRIO. Mas amanhã não há outro remédio.

Estamos há três anos sem vencer qualquer título. Tivemos o Paulo Fonseca com um fraco plantel, tivemos o Lopetegui com os diferentes problemas durante duas épocas, o Peseiro na pele de “salvador” e agora... temos Nuno Espirito Santo. Certo é que os problemas de NES não são muito diferentes dos seus antecessores.

Já transita da época passada a ideia da necessidade de um defesa central. Veio Filipe, que precisa de adaptação e... continuamos com Marcano. Fala-se num jogador para o meio campo, num Moutinho ou num Óliver, consoante as preferências táticas (há ainda o Lucas Lima a preencher os sonhos de alguns) mas a posição não foi fortemente reforçada. Há Herrera e André André e ainda Otávio para encostar a uma ala. Na frente, bem, na frente temos o “miúdo” André Silva e agora o Depoitre numa operação relâmpago em que muita gente se mostra reticente. E já nem falo na novela do defeso, que se dá pelo nome Rafa.

Ou seja, acredito que vamos iniciar uma época, num terreno difícil e contra uma equipa igualmente difícil, sem o plantel definido a 100%, diria mesmo, sem um 11 (na perspetiva de recebermos ainda 2 ou 3 jogadores) definido a 100%. Perante essa indefinição e porque o jogo antecede o embate com a “poderosa” AS Roma, marca um arranque forte de campeonato e sobretudo serve como avaliação para a confiança de toda a nação portista, é imperial que se começe com uma vitória. Qualquer resultado que não seja esse, irá certamente colocar a nu toda a indefinição, fragilidade e descontentamento que têm aqui e ali fazendo parte do nosso quotidiano.

Tudo importa como acaba mas, para o Dragão, o importante é como se começa.

por Fábio Daniel Ferreira,
Muralha Azul

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Amadorismo ou Jogada de Génio?

Laurent Depoitre, foi apresentado segunda-feira. Mais tarde, ficaríamos também a saber que o belga fazia parte das contas para a Champions League...de subtrair.
Pois é, aquele que iria a jogo para disputar o play off transformou-se numa conta mas de subtração: -1 na lista provisória. Resta saber aquele que será o + desta equação.

É no meio desta matemática que recorro ao português para classificar esta situação de um amadorismo incompreensível. Com um erro de cálculo que não se perdoa numa estrutura altamente profissional e preparada.
Depoitre vai a jogo...afinal não.
Desta forma, o FC Porto dá mostras de que irá recorrer a Aboubakar, ou ir a jogo apenas com André Silva lá na frente, dando lugar a um outro jogador que estará para vir.
É no meio deste parêntesis da equação que muitos falam na jogada de génio do nosso clube, por forma a ganhar tempo para a inclusão de um reforço que não chegou oportunamente. A incógnita da equação.

Para os lados da Muralha Azul, essa teoria não colhe.

Contratar um jogador e inscrevê-lo para, no dia seguinte, através de um comunicado informar que afinal não pode sê-lo não se percebe. Na fase em que estamos e o clube que somos não podemos sujeitar-nos a estas situações, ainda para mais depois de épocas passadas onde se cometeram os mais simples erros de tabuada.

Seguindo a visão de que esta se tratou de uma estratégia utilizada pelo clube, então aí a questão pode ser vista de outra forma. Mais ou menos irresponsável? Fica ao critério de cada um.
Foi-nos dito, algures em Abril, que a época que vai agora começar estava já a ser preparada, sabíamos também quando seriam os jogos de play-off para a Champions League, desta feita, a pergunta: precisamos deste tipo de contas para conseguir inscrever um outro jogador que não chegou no devido tempo? Se a resposta é um "sim" fico a pensar qual é afinal a preparação levada a cabo desde há 5 meses atrás.

Amadorismo ou erro intencional? Ainda não sabemos. Mas qual a necessidade de nos sujeitarmos a isto?


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

O Dono da Camisa 9

O número deixado de vago no jogo de apresentação deixava antever que estaria para breve a chegada de um novo ponta de lança. O escolhido é Laurent Depoitre.

O nome do belga será desconhecido para a maioria de nós, portistas, o que poderá querer dizer alguma coisa ou talvez não.
Não conheço o jogador, como tal, não posso tecer comentários sobre a qualidade ou falta dela do mais recente reforço azul e branco. Desta feita, socorrermo-nos de dados estatísticos e de informações que chegam de quem conhece o atleta será o mais indicado.
Depoitre, 27 anos, realizou na época transacta um total de 47 jogos tendo apontado 16 golos e feito 5 assistências. Com 1,91m e 91Kg impressiona pela compleição física, o que joga a seu favor.
É um jogador que segura bem a bola, o que lhe permite jogar de costas para a baliza.

27 anos; Clásula de rescisão: 40M euros
Feitas as apresentações, a questão que se impõe: Tem Depoitre aquilo que a equipa precisa?

Um jogador com as características que apresenta o belga são úteis em todas as equipas e certamente que ajudará a desbloquear e vencer jogos. Admito, porém, que estava à espera de um jogador com características diferentes e que servisse melhor o estilo de jogo que parece ser o que NES quer impor.

Um jogador de maior mobilidade, que possa vir buscar jogo e jogar em apoio, que dê velocidade aos contra ataques sem nunca perder o instinto goleador.

Luiz Adriano era o nome mais badalado, encaixava melhor nos requisitos acima mas poderia constituir um problema enorme para o treinador. Jogando tiraria o lugar a André Silva que, nas graças dos adeptos, não perdoariam. Funcionando como alternativa, seria um jogador com um alto salário e estatuto (que não ganha jogos, é verdade) no banco a fazer sombra ao miúdo.

Com Depoitre, NES não tem de se preocupar com nada disso e, pelo menos aí, tem já uma vantagem. Resta esperar e ver aquilo que fará o PL belga e se o treinador portista pensa nas características do mais recente reforço para servir o 4-4-2 alternativo que vai tentando implementar a par do sistema preferencial.
Resta desejar boa sorte e dar as boas vindas a Laurent Depoitre.

domingo, 7 de agosto de 2016

Matar Saudades!

As saudades que eu já tinha desta alegre casinha!

É com a letra ligeiramente alterada na ponta dos dedos que começa este post.
É um facto, as saudades começavam a apertar e, não sendo ainda a doer, já deu para matar o bichinho de ver equipa e estádio em harmonia, algo que foi ficando esquecido com o avançar da época passada. 
Estádio cheio, festa bonita, adeptos em sintonia...as saudades desta alegre casinha que é o Dragão.

Há vários anos a esta parte que as "surpresas" deixaram de fazer parte dos jogos de apresentação do FC Porto, mas há sempre quem as espere. Para os que aguardavam por um reforço de encher o olho ficaram-se pela nova mascote portista, o Draco. Melhor que nada, digo eu.

Num jogo em que o 11 deu indicações daquilo que poderá ser a base do treinador Nuno Espírito Santo, alinhando Casillas, Maxi, Felipe, Marcano e A. Telles; Danilo, A. André e Herrera; Otávio, Corona e, o novo dez, André Silva, a equipa portista realizou uma primeira parte agradável e com boa intensidade, chegando ao golo num grande lance individual de Otávio que assiste o jovem André Silva.

O segundo tempo registou um decréscimo de qualidade, com a equipa a jogar mais em contenção e a ver os espanhóis do Villareal a passarem mais tempo no seu meio-campo, apostando mais no contra ataque. Certo é que não se assistiu a uma oportunidade clara de golo da equipa espanhola e a defesa portista, hoje, na globalidade apresentou-se a um bom nível.

O resultado, esse, terminou com a vitória azul e branca e, sem grande espetacularidade ficaram boas notas na retina. 

Imagens que falam
Teremos tempo para uma análise mais cuidada ao plantel com que NES pode contar até ao momento mas, para já, Otávio a destacar-se por aquilo que veio oferecer à equipa e a revelar-se como sendo o dono da asa esquerda do Dragão neste início de época. 

Depois da entrada de Ádrian, dei por mim a torcer por um golo do espanhol. Quero mesmo que o homem aproveite a oportunidade que lhe está a ser dada, principalmente porque acredito que ganhando confiança pode ser muito útil e revelar-se um verdadeiro reforço. Tem mesmo é de aproveitar. 

Há ainda trabalho a fazer: mais entrosamento entre jogadores e um meio-campo com mais desenvoltura contudo, a equipa já vai mostrando ter bem assimiladas as ideias do treinador. 
Tal como em cada jogo de pré-temporada, a equipa foi mostrando melhorias ao nível exibicional, o processo natural é que assim continue e cada vez melhor.

O próximo jogo já é a contar e entrar com o pé direito exige-se, principalmente com o ínicio de época difícil que aí vem.

sábado, 6 de agosto de 2016

E porque uma Muralha não cai, O Regresso!

Depois de vários meses de interregno, impostos por contingências extra-blog, a Muralha Azul assinala o seu regresso.

A bluegosfera deixou de contar com as opiniões aqui deste cantinho muralhado e, a todos aqueles que ao longo do tempo acompanharam cada artigo do blog, as mais sinceras desculpas.
A Muralha Azul está de volta, com mais saúde que nunca e com sangue novo (azul, claro está) para os novos tempos que se avizinham.

O mote do blog continuará o mesmo: a análise, defesa e a crítica construtiva não deixarão de fazer parte do dia-a-dia, e a estes seguem-se novidades que, seguramente, enriquecerão o debate em mais um espaço da blogosfera Azul e Branca.

Desse lado é esperado o contributo de sempre dado até à paragem do blog, que continuem as leituras, partilhas e opiniões prestadas.

Fiquem atentos!

Mais forte que nunca,
Muralha Azul.