terça-feira, 27 de setembro de 2016

Sem Futebol Não Se Quebram Enguiços

Era um jogo contra a história e esta levou a melhor...mais uma vez.

Inglaterra e FC Porto é algo que não tem vindo a combinar e, para nosso mal, assim continua.
O último golo portista em terras de sua majestade foi apontado por Mariano González quando fez o 2-2 em Old Trafford, já lá vão seis anos. De lá para cá só derrotas.

O FC Porto tinha ontem nova oportunidade de contrariar a história, ao invés disso, fez-lhe ganhar mais esta, que nos vai batendo de goleada. Porém, no meio de novo dissabor, sejamos claros, sem futebol não se quebram enguiços.

Há jogos em que manifestamente só falta o golo e o azar é quem leva com as responsabilidades. Ontem, se nos podemos até queixar de uma bola ao poste, não há desculpas. Jogamos pouco e quando assim é, mais reduzidas são as probabilidades de se vencer uma partida.

A primeira-parte é de fácil e rápida análise: pobre.
Os comandados de NES não conseguiram fazer algo digno de destaque e aquelas dificuldades que já vêm sido recorrentes, saltaram ainda mais à vista perante um adversário que faz da organização e contra-ataque as suas melhores armas.
Com uma linha intermédia de quatro, chegou a ser revoltante a incapacidade de a ver a construir jogo com um desfecho que se resumia a três opções:
  • depois de chegar ao centro, a bola era novamente remetida à defesa; 
  • um dos médios chutava para a frente para a corrida infrutífera de André Silva;
  • feitos dois passes, estava a bola na posse do adversário.
Perante isto, era muito difícil fazer-se um bom jogo e, acima de tudo, contrariar o resultado de 1-0 estabelecido por um já velho conhecido nosso. 

Terminado o 1º tempo ia-se destacando Danilo, fez 22 entregas de bola, com 91% de eficácia, ganhou todos os sete duelos em que participou e registou sete alívios.

Regressada do balneário a equipa portista começou a 2ª parte à imagem da 1ª e só as alterações conseguiram dar alguma cor ao jogo cinzento que íamos assistindo.
Herrera e Diogo Jota trouxeram velocidade e algumas ideias e, a pouco e pouco, o FC Porto foi crescendo.

Tão só lá na frente
Com mais ânimo, os portistas obrigaram o Leicester a recuar. Atacávamos mais mas faltava qualidade na hora de chegar à baliza com a melhor das hipóteses a pertencer a Corona já muito perto do fim, com um remate que embateu com estrondo no poste.

Resultado final 1-0 e a derrota de uma equipa que teima em não ser consistente. O fraco primeiro tempo foi preponderante para o resultado final que penalizou uma equipa lenta e sem ideias, onde se vão destacando Otávio e Danilo Pereira.

Há quem se queixe da falta de eficácia, mas uns últimos 25' mais desenvoltos por parte do FC Porto não podem apagar o que se viu até aí e resumir um jogo à falta de eficácia na hora do remate.

Lembram-se daquele grupo acessível? Pois é, eu também me lembro.

Disse-o e continuarei a dizê-lo: Nuno será sempre o menos culpado, mas o que é certo é que a montanha-russa que são as exibições e resultados portistas têm de ser contrariadas, bem como os erros que se vêem sempre assistindo jogo após jogo. 

NES terá de mostrar que sabe mais que isto.

sábado, 24 de setembro de 2016

Obrigação Cumprida no Derby da Invicta

Deu para assustar, mas o FC Porto reagiu e derrotou o rival Boavista por três bolas a uma.

Depois dos dois últimos jogos deixarem a desejar e com o estado de graça de NES e da equipa em risco perante novo deslize, era da obrigação dos azuis e brancos vencer o jogo perante o rival da mesma cidade e o FC Porto fê-lo. O mais importante.

Com novas mexidas no 11, Boly passou para o banco e Adrián surpreendeu a titular.
Do primeiro tempo, destaca-se a positiva reação ao golo sofrido pelos portistas. Se o golo logo ao início fez tremer, a reação foi contundente e o jogo passou a fazer-se no meio campo adversário. Com o rival da Boavista incapaz de esboçar uma reação, chegamos naturalmente ao empate por intermédio de André Silva.
Com os axadrezados encostados lá atrás a posse de bola do FC Porto cifrava-se nos 85% à meia hora de jogo, e o golo da reviravolta espreitava. Acabou por chegar perto do intervalo e, novamente, pelo miúdo André Silva. Depois de 5 jogos sem molhar a sopa, tirou barriga de misérias da melhor forma possível.

Ao intervalo o domínio era inegável, destacava-se André Silva pelos golos, Otávio pelo envolvimento em ambos e por um Danilo a preencher o meio campo dos dragões com uma eficácia de passe de 96%, nove duelos e ainda uma percentagem de duelos aéreos ganhos de 100%.

No segundo tempo o FC Porto desacelerou, controlou mas tardava a resolver o jogo e a rematar à baliza. Com uma segunda parte sem grande história o KFC saiu do centro comercial e só parou na baliza do Boavista, com o guarda-redes das panteras a brindar com um frango que trouxe a tranquilidade ao resultado.

Terminava um jogo com duas partes bem distintas: a 1ª de grande intensidade e procura pela baliza. A 2ª muito mais parada e sonolenta.

O resultado não oferece discussão, mas o FC Porto de NES continua a cometer falhas que prejudicam a qualidade e eficácia do seu futebol.

A equipa mostra-se muito dependente daquilo que oferecem os seus laterais, na profundidade do seu jogo e na construção ofensiva. O baixo rendimento coincide com a maior contenção de Alex Telles e Layún, não podendo uma equipa como a nossa mostrar tanta dependência do jogo de dois defesas e o que pode custar as incursões ofensivas destes.

O FC Porto vê o seu jogo ser anulado muitas vezes, fruto dos muitos metros de distância entre o seu meio-campo e os homens mais adiantados, acabando por ter de recorrer a ações individuais ou em passes longos para a corrida normalmente de André Silva que descaía tanto para a esquerda como para a direita.
Este futebol desapoiado não só desgastava o nosso jogador mais avançado, como o retirava das zonas de finalização (onde deve estar), acabando por ter de insistir demasiadas vezes no um para um com o adversário.
Bastou um dos elementos do setor intermédio soltar-se para dar apoio aos 3 da frente e a velocidade de jogo aumentava facilmente.
Os constantes lançamentos longos não só são grande parte das vezes inconsequentes como prejudicam a qualidade de jogo da equipa.

Destaques

André Silva - Com dois golos no jogo não faria outro sentido não cá estar. Foi combativo como sempre, mas tem de largar mais a bola quando tem oportunidade para tal.

Otávio - Cada vez mais uma certeza. O desequilibrador mais competente da equipa, arrancava, driblava e ganhou faltas. Participou em 2 dos 3 golos e deu o que podia.

Danilo - As estatísticas não enganam: nove acções defensivas, 13 recuperações de bola e uma percentagem de duelos aéreos ganhos de 100%. Quando assim é não há muito a dizer.

Adrián - Ainda tem muito que correr para que não lhe olhem de lado nas bancadas, mas fez dos melhores jogos de dragão ao peito. Sem ser exuberante estava onde tinha de estar, lutou e ofereceu fluidez no melhor período da equipa.

Leicester são os senhores que se seguem. Aquele pela qual todos nós nos vimos a torcer na época passada é, agora, nosso adversário. Inglaterra não é de boas memórias, mas depois da estreia cinzenta em casa, uma
resposta tem de ser dada.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O que Esperar?


No último post, o Fábio falou em "Fantasmas de Um Passado Recente". É um facto, as últimas exibições do FC Porto despertaram assombrações que ainda estavam bem presentes na memória dos portistas.

Bem sei que é arriscado, mas dobrada a 5ª jornada e com um total de 8 jogos realizados, perguntar: o que podemos esperar deste FC Porto de NES?

Com a certeza de que havia ainda muito trabalho pela frente, os primeiros jogos de Nuno ficaram marcados pela convicção de algumas boas ideias já assimiladas pela equipa, notavam-se melhorias de jogo para jogo, e se muitos concordaríamos que o plantel era curto, partilhávamos também da mesma opinião de que havia material capaz de ser potenciado e que ajudaria muito nos objetivos da equipa.

Certo é que o jogo com o Sporting trouxe o primeiro amargo de boca, muito pelas contingências que ditaram o resultado final, mas também pela reação da equipa ao ver-se a perder. O jogo com o Vitória trouxe um novo alento, mas os dois jogos seguintes encarregaram-se de arrefecer as expectativas em torno do treinador e jogadores.

A discrepância exibicional assustou o mais otimista dos adeptos, principalmente por vermos a equipa regredir numa altura em que o crescimento devia ser a palavra de ordem nesta fase da época. Também faço parte dos que se questionam como é capaz este Porto de fazer bons jogos e de forma inesperada cair em exibições amorfas e pobres. Copenhaga e Tondela mostraram-nos aquilo que, definitivamente, não queremos e que tem de rapidamente ser invertido.

Nuno, será sempre o menos culpado. Não tem culpa do plantel curto que lhe deram para as mãos, nem dos erros básicos que se cometeram na época em que tudo está em jogo, mas é o treinador e a qualidade do futebol da equipa é da sua responsabilidade. O discurso trazido pelo ex-guarda redes é bonito e capaz de cativar qualquer adepto, mas se a equipa não corresponder não há oratória que lhe valha, acabando por cair numa comunicação estéril e sem resultados práticos.

O SOMOS PORTO já não colhe, principalmente porque esse chavão foi tão usado que agora já está gasto, é preciso mais e Nuno sabe-o.
O treinador goza ainda de aura que ser um ex-atleta da casa oferece, mas o próximo jogo contra o rival Boavista tem de por termo às exibições que marcaram os dois últimos jogos dos azuis e brancos, a impaciência das hostes pode passar a marcar o caminho a pisar pelo FC Porto 2016/17, o que não interessa a ninguém, até porque isso nunca ajudou.

Tem a palavra treinador e plantel para mostrarem que podemos esperar um Porto de luta, capaz de fazer das fragilidades a sua força, e que estes dois jogos foram um pequeno contra-ciclo rapidamente ultrapassado. Que sejam os caçadores de fantasmas e não tornem isto uma casa assombrada.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Fantasmas de Um Passado Recente

No rescaldo do empate na champions, frente ao COPENHAGA, o FUTEBOL CLUBE DO PORTO não fez melhor em Tondela. Não jogamos bem, há motivos para preocupação e, pior, vi em Tondela um regresso a um passado recente. “Devíamos ter ganho”, disse NUNO ESPÍRITO SANTO à flash interview e eu não podia estar mais de acordo. Além disso, é “preocupante” a ausência de soluções para se chegar ao golo e, também aí, dou razão ao nosso técnico. Mas, afinal, por que não ganhamos e o porquê da falta de soluções? O técnico sabe-o. E começo pela gestão. Ivan MARCANO passou do onze para a bancada enquanto yacine BRAHIMI passou da bancada para o onze. Estranho numa equipa que deveria ter princípios definidos mas, mais estranho, diría, foi a ausência, não de um, não de dois, mas de três jogadores titulares no meio campo no jogo de quarta-feira: DANILO pereira, héctor HERRERA e ÓLIVER torres. E se, quanto a mim, willi BOLY e o argelino, nas suas posições e apesar da notória falta de ritmo e de rotinas, foram cumprindo, já RÚBEN NEVES e ANDRÉ ANDRÉ foram curtos perante um meio campo (a três) da equipa do Tondela e nunca conseguiram ser o elo com o ataque que a equipa precisava. Assim sendo, o peso das alterações caíram em cima de OTÁVIO, que foi o único elo de ligação com a zona de finalização e dos avançados, que acabaram por ter mais contactos com os adversários do que propriamente com a bola. ÓLIVER ainda mexeu com o jogo, mas acabou por ser curto numa fase em que o FC PORTO procurava o golo.

Depois, a posse de bola vs eficácia. Não podemos dizer que não tivemos bola, pois 78%, é um amasso. Mas também é verdade que só rematamos duas vezes à baliza frente a uma equipa que ainda não ganhou e fizemo-lo nos últimos 10 minutos. E é, de facto, muito pouco. BRAHIMI e OTÁVIO jogaram longe da área e estavam sempre bem marcados, às vezes até em exagero. ALEX TELES e miguel LAYÚN ainda foram participando na construção de jogo, mas as “setas” da equipa de PETIT estavam nas alas e as preocupações eram mais defensivas, embora o mexicano ainda arriscasse alguns cruzamentos. E na frente, bem, na frente, ANDRÉ SILVA e laurent DEPOITRE jogaram ambos como “segundo avançado”, aparecendo raramente em simultâneo na área e privilegiando a solicitação dos companheiros no tal jogo de posse.
Por fim, a finalização. Como escrevi acima, o FC PORTO fez dois remates à baliza em três ocasiões de golo. Como disse NES, o FC PORTO fez o suficiente para ganhar. Para se poder finalizar há que criar condições para tal e há que ter quem faça do golo uma forma de vida. E o FC PORTO não tem. ANDRÉ SILVA ainda não é o ponta de lança que o nosso clube precisa. Corre, luta, e de facto não é um mau jogador, mas tem que crescer. E se no remate para a defesa de CLÁUDIO RAMOS, ainda lhe dou um “desconto”, o lance com ÁDRIAN lópez ao lado é para NES dar, literalmente, murros no banco. Quanto a laurent DEPOITRE, ainda não sei o que vale este belga. É um jogador de luta e realmente ganhou bastantes duelos durante o jogo mas, ao quarto ou quinto jogo, continua praticamente sem rematar à baliza. O que os adeptos do FC PORTO viram NUNO também viu. E por isso esperamos ansiosamente o próximo jogo. O jogo de ontem, com a gestão efetuada e com mais posse do que produção ofensiva, seja um caso sem exemplo. Ontem vi um FC PORTO de um passado recente e que resultou naquilo que toda a gente sabe. Que os jogos em que somos obrigados a ganhar, conquistemos os três pontos, e que, com posse ou num futebol mais direto, as soluções que tanto preocupam NUNO sejam encontradas. Para o bem de todos. Destaques IN BOLY-FELIPE - Iker CASILLAS evitou males maiores numa grande defesa, mas num dos raros erros da defesa portista, em que os centrais estiveram bem, jogando juntos pela primeira vez. O ex SC BRAGA cumpriu e FELIPE é cada vez mais uma certeza. 
Agitador de águas paradas

ÓLIVER - Mexeu com o jogo. O FC PORTO foi efetivamente mais perigoso e certamente deixou NES arrependido de o ter colocado no banco.BRAHIMI - Não fez um jogo enorme, mas a titularidade mostra que o argelino tem trabalhado para merecer a confiança do técnico. OUT
ANDRÉ SILVA - Trabalhou e correu mas... nem sempre bem. Teve ainda duas vezes o golo nos pés e a possibilidade de mudar o rumo do jogo DEPOITRE - Ainda não foi desta que convenceu. Deixa ainda a incerteza quanto ao seu valor mas, ontem, podia ter feito mais. NUNO ESPÍRITO SANTO - Há erros que devem servir de exemplo e hoje houve vários. Esperamos uma reação.

por, Fábio Daniel Ferreira
Muralha Azul

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Nórdicos Congelam Chama do Dragão

Esperem lá, mas então isto não era para ser fácil?

Pois é, à partida para o arranque da Champions era com grande otimismo que se encarava este grupo, e a bem da verdade, o que é facto é que havia motivos para se olhar assim para o que a sorte ditou ao FC Porto. Não vale a pena falar-se que o grupo não era tão fácil como o pintaram e que esta é a prova disso.
Não, o grupo é mesmo manifestamente acessível, e uma entrada com o pé direito era o que se exigia, não só pelo adversário como pelo "fator casa". Mas atenção, foi apenas o primeiro jogo.

Fintar o gelo
O que é certo é que o FC Porto e nós, adeptos, esbarramos de frente contra um muro de gelo made in Dinamarca, e o choque térmico foi tal que ainda estamos meios dormentes com o resultado e, principalmente, com a exibição.

NES assumiu-o e aí somos todos unânimes: "não era este o FC Porto que esperávamos e que já vínhamos sendo habituados".
É verdade, se depois de um aviso dos Dinamarqueses os portistas responderam com um golo aos 13', nunca pareceu que o jogo se viesse a facilitar. Assistia-se a uma partida dividida onde o destaque ia para os vários cruzamentos que o laterais de FC Porto e Copenhaga iam lançando para a área.

Sem grande história chegava o intervalo com a equipa da casa a vencer, mas os números mostravam precisamente as dificuldades e o jogo pobre a que se ia assistindo: as duas equipas apresentavam o mesmo número de remates (um enquadrado para cada lado) e uma posse de bola semelhante (52% - 48%), com o FC Porto a mostrar grandes dificuldades para encontrar espaços na defesa adversária.

Na segunda parte entramos praticamente com o golo do empate e, fazendo jus às origens do adversário, com a defesa a patinar muito.

Se com o jogo empatado o FC Porto estaria obrigado a reagir, o que é certo é que pouco mudou na dinâmica da equipa e até aos 75'  contavam-se 2 remates e desenquadrados com a baliza.

Antes já havia entrado Brahimi e Depoitre  mas até ao final do encontro pouco ou nada mudou.

Destaques

Por norma, são aspetos positivos que fazem parte dos destaques, mas hoje é mais importante falar do que correu menos bem.

  • O FC Porto demonstrou dificuldades que ainda não se tinham visto tanto assim, desde a troca de treinador. Dificuldades em criar perigo evidente contra uma equipa mais recolhida e em busca do pontinho.
  • Faltou alguém capaz de abanar com o jogo e abrir espaços, se bem que saúdo a entrada de Brahimi, não mostrou muito, mas o suficiente para percebermos que pode ser o melhor "reforço" da época. Basta querer.
  • Entramos com o pé esquerdo, antes do jogo, este grupo era acessível. Terminada a partida continua a sê-lo. Ontem não correu bem, e a exibição não pode apagar o que de bom se veio fazendo até à data, que sirva para acordar e no próximo jogo não facilitarmos.


Never Give Up!


domingo, 11 de setembro de 2016

Dragão Voa Para o Regresso às Vitórias

Em noite de estreias, o FC Porto venceu o Vitória de Guimarães por 3 bolas a 0 e regressa às vitórias depois do jogo de Alvalade.

Com Luís Gonçalves em estreia no banco, Óliver e Depoitre no 11 inicial e Diogo Jota com a camisola azul e branca, NES estreou também o seu 4-4-2 no campeonato e não podia ter corrido melhor a opção do treinador. O FC Porto venceu, com uma exibição convincente e podia ter marcado mais.

Após a paragem para as seleções e depois da derrota no jogo de andeb...futebol com o Sporting era obrigatório vencer, ainda para mais depois das vitórias dos nossos mais diretos adversários.

Perante um Vitória bem orientado assistiu-se a um jogo intenso, com ambas as equipas a quererem, acima de tudo, jogar futebol e, quando assim é, sai beneficiado o espetáculo.

O FC Porto criava oportunidades sucessivas, e viu um golo ser-lhe anulado por Jorge Sousa por suposta mão do jovem André Silva. Não foi aos 19' foi aos 38', Marcano aproveita o desvio de Depoitre e empurrou para o fundo das redes. Estava posta a justiça no marcador, com os portistas a irem a vencer para os balneários.
Os 11 do 4-4-2 de NES

Ao intervalo, o FC Porto tinha dominado por completo as incidências, somando seis remates (três deles enquadrados) contra apenas dois dos vimaranenses. A posse de bola também pendia largamente para a equipa da casa (59% contra 41%), registando-se ainda os 65% de duelos ganhos por parte dos comandados por NES.

O segundo tempo não podia pedir melhor começo, Otávio a meias com Óliver ampliaram a vantagem. A partir daqui o jogo tornou-se mais fácil e o FC Porto geriu, foi criando mais oportunidades de forma natural e acabou por chegar ao terceiro, desta vez como uma ajuda do jogador adversário. Fazíamos assim o terceiro do jogo em três remates enquadrados com a baliza adversária.

Terminada a partida, ficou a convincente vitória dos azuis e brancos que tem vindo a melhorar e dando a certeza de que, com um plantel curto ou não, tem matéria-prima da qual pode tirar bons proveitos.

Destaques

Óliver - Aquele jogador que parece que sempre cá jogou, mais efusivo no segundo tempo, o espanhol mostrou algumas das qualidades que o trouxeram de volta ao reino do Dragão. Óliver registou uma eficácia de passe de 91%, juntando ainda 70% de duelos ganhos e um passe para ocasião de golo.

Marcano - Alguém me sabe dizer se a mental coach do Éder está por detrás disto? Não se pode deixar passar em claro as melhorias de Marcano. Boly terá de esperar por uma oportunidade e que o central espanhol assim continue. Para além do golo foi o jogador com mais ações defensivas do FC Porto.

Depoitre - Assistiu Marcano para o primeiro golo e ganhou todos os duelos aéreos que disputou, sendo que se mostrou sempre disponível e competente no processo ofensivo da equipa, quer como jogador mais avançado ou a recuar para ter bola.

Segue-se, agora, a Champions e o adversário é o Copenhaga em novo jogo no Estádio do Dragão.

Perguntas:
Qual o melhor em campo? Que diferenças nota no estilo de jogo portista entre o 4-3-3 e o 4-4-2?

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Antero Henrique: Menos Um Problema ou Menos Uma Solução?

Se não achamos o último dia de transferências emocionante o suficiente, então fiquemos com mais esta: Antero Henrique está fora.

Foi ontem à noite que o FC Porto comunicou a saída do seu homem forte para o futebol, Antero Henrique por demissão do próprio.

Projetava o futuro mas agora é passado
A saída de Antero causa felicidade à igual proporção que causa tristeza no seio dos adeptos, se por um lado se defenda que "a casa ficou mais arrumada" também há quem diga que se "perdeu o único homem que ainda sabia o melhor a fazer". Tamanha disparidade de opiniões só quer dizer uma coisa: quem governa o FC Porto atravessa um grande período de desconfiança e há dificuldade, por parte de quem assiste de fora, em perceber o bom e o mau, quem está a mais e quem não está ou até mesmo quem manda.

Por mais que se possa dizer, a Antero Henrique ficarão sempre associados grandes feitos e conquistas que elevaram o FC Porto a outros patamares, bem como uma forma de trabalhar e atuar que sempre nos caracterizou. Coincidentemente, Antero bate com a porta no momento em que o tal  modus operandi no nosso clube menos se faz notar. Sai por fracassar ou por não estarem reunidas as condições para dar continuidade ao que ajudou a começar?

Antero Henrique é o terceiro grande nome a abandonar o barco, depois de Fernando Gomes e Angelino Ferreira que rendeu o atual presidente da FPF. Todos eles têm algo em comum: saíram em alturas que se falava de divisões na SAD portista.
Terá sido Antero o último resistente?

O agora demissionário certamente que terá errado enquanto desempenhou as suas funções, mas estou em crer que foram mais as decisões acertadas do que as que aconteceram em contrário e todo o seu historial ao longo dos mais de 20 anos de FC Porto dão-lhe esse crédito.

Resta saber se Antero será menos um problema ou menos uma solução. Certo é que, para bem de muita gente, é crucial que esta época corra bem, caso contrário arriscam-se a sair pela porta do cavalo.

A Antero Henrique, porque acredito que foi peça importante no sucesso do FC Porto, um obrigado. Ao seu sucessor, Luís Gonçalves, muita sorte e trabalho porque provavelmente irá precisar em grandes doses de ambos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Mercado de Remendos

Fechado!
Contentes ou não com as movimentações, está finalmente fechado o mercado de transferências. Foi preciso esperar até aos últimos momentos mas aí o temos, está fechado o plantel em preparação desde Abril.

Abril, é precisamente ao mês de Abril que podemos recuar, quando Jorge Nuno Pinto da Costa disse, em entrevista ao Porto Canal, que a próxima época do FC Porto estava já a ser preparada e que erros do passado não voltariam a repetir-se.

À partida para a nova época, NES encontrou umas calças rotas e curtas, puxaram-se das agulhas e das linhas e elas aí estão: menos esburacadas mas igualmente curtas e com a sensação de que ao mínimo esticão...zauu! abre-se um novo rasgo.

As debilidades do FC Porto estavam há muito identificadas e o treinador, em pré-época, veio reforçar isso mesmo acrescentando que os reforços estavam identificados.

Certamente que haverá quem esteja feliz com estas calças remendadas e a regar, podem achar que é moda e que tem tudo para correr bem, até porque importante era que os remendos fossem mais resistentes e não rasgassem à primeira queda ou, por outras palavras, "um ano com uma equipa à FC Porto".

Com que linhas coso isto?
Tenho pena, mas não consigo gostar da forma como o FC Porto se movimentou neste mercado. Não depois das expectativas que nos foram criadas para a época que estava a ser preparada, ainda não tinha acabado a última, não depois de nos dizerem que não se cometeriam os mesmos erros do passado, não por nos terem feito crer que depois de batermos no fundo seria mais fácil vermos a luz lá em cima.

Esperamos até às últimas horas para vermos ser apresentado Boly, alguém com quem já haviam caído as negociações por exigências extra, antes de ter falhado também o negócio Mangala.

Chegou Diogo Jota depois da desistência por Rafa (consideremos um ato inteligente), um jogador que, embora as suas qualidades, está vinculado ao Atlético de Madrid e que só beneficiará com a passagem do jogador por estes lados. Nós apenas temos de o devolver ao remetente no final da época.

Chegou também Depoitre para ajudar na champions, mas afinal não o pôde fazer porque alguém não sabia que não podia disputar o play off, aliás é normal que não soubessem até porque também não sabiam quem era o jogador, "foi uma escolha do treinador".

Veio Alex Telles que permitiu libertar Layún na ajuda à lateral direita depois de fracassada a aposta em Varela. Com apenas um DD, o mexicano terá de dar um pézinho a Maxi Pereira.

Oliver talvez tenha sido a transferência que melhor encheu as medidas ao universo portista e, para já, a única certeza de que pode ser um reforço que faça a diferença.

Temos soluções em qantidade e qualidade? Chegaram jogadores que podem efetivamente fazer a diferença? Era com esta preparação que contávamos?

Acabo como comecei, contentes ou não vai ser com estas calças remendadas e curtas que vamos à luta, numa caminhada que será longa. Podemos chegar ao final apenas com os elásticos nas mãos mas, se for no primeiro lugar, tudo será amaciado e ser-nos-á dito que esteve sempre tudo bem.