domingo, 30 de abril de 2017

Chaves Da Vitória

Depois de duas jornadas sem vencer, o FC Porto foi a Chaves buscar a vitória e volta a sorrir depois de duas escorregadelas na corrida para o título.


NES surpreendeu em Trás-os-Montes e decidiu deixar de fora André Silva e Oliver fazendo entrar para os seus lugares Otávio e Diogo Jota e, com isso, alterar o sistema tático que o acompanhou nas recentes jornadas para alinhar num 4-3-3 com Soares lá na frente apoiado pelo brasileiro Otávio que se movimentava nas suas costas. Como também já se esperava Danilo não recuperou a tempo e foi a Rúben Neves que ficou o encargo de substituir um dos indiscutíveis deste FC Porto e fê-lo na perfeição, diga-se.


O primeiro-tempo, ainda que dominado pelo FC Porto, foi pautado pelas poucas oportunidades de ambos os lados, ainda que os azuis e brancos se tentassem aproximar com perigo da baliza flaviense, à meia hora, os comandados de NES não contabilizavam ainda qualquer remate enquadrado. Só perto do intervalo é que os dragões começaram a dar melhor mostra de si e obrigaram o guarda-redes António Filipe a aplicar-se, negando o golo a Rúben Neves por duas ocasiões e a Soares. Aliás, ao intervalo era mesmo o jovem médio defensivo o jogador mais rematador da equipa com 3 remates, revelador quanto ao caudal ofensivo dos portistas no primeiro tempo.

Regressados dos balneários o FC Porto apostou-se a entrar em campo a dar continuidade àquele dos minutos finais da primeira parte. Mais solto e esclarecido, o FC Porto marcou logo aos 52' por Tiquinho Soares que fez assim o 12º golo na competição.
Foi durante a segunda parte que as alterações no 11 levadas a cabo por NES se revelaram mais eficazes. O meio campo a três perfeitamente equilibrado e com as funções de cada um bem definidas permitia ao FC Porto controlar mas sem nunca deixar arrefecer o seu jogo. Rúben Neves prestava apoio na ações mais defensivas e fez uso da sua boa qualidade de passe para construir bem desde lá trás, ao passo que André A., um autêntico box-to-box fazia a ligação entre o momento defensivo e a transição para o ataque. Otávio oferecia ao jogo o génio da individualidade, ganhado espaços e muitas faltas em apoio a Soares.

Mais tarde, André A., que esteve também no 1º golo portista viria a fazer o segundo dos Dragões, laçado através de um grande passe de Otávio em nova mostra da exibição de grande nível do meio-campo portista.
Até final e com o jogo resolvido, ainda houve tempo para ver Maxi Pereira, num lance completamente desnecessário ver o vermelho direto.

O jogo terminou com 63% de posse de bola para os portistas, 9 remates enquadrados contra apenas 1 dos adversários, proporcionando a Casillas uma noite tranquila.

Faltam, agora, 3 jogos para o final. Cada jornada terminada é menos uma oportunidade de alcançar o nosso objetivo. Resta manter a esperança num deslize dos rivais e manter a esperança que seremos capazes de aproveitá-lo se este surgir.

Destaques:


IN



André André - Para além do golo, que surgiu num dos três remates que fez, o camisola 20 portista somou um passe para ocasião, acertou 46 dos seus 52 passes e venceu quatro dos seis duelos que disputou.


Otávio – No regresso à titularidade, o melhor jogo do médio após a lesão que o afastou dos relvados e do 11 inicial. O jovem brasileiro aproveitou a oportunidade e deixou excelentes indicações. Somou três passes para finalização, um deles resultante em golo, três dribles eficazes, 12 duelos ganhos e sete faltas sofridas.

Rúben Neves - Saltou para a titularidade para suplantar aquele que é considerado o melhor jogador do plantel azul e branco e, deu bem conta do recado. Contabilizou dez recuperações de bola e seis acções defensivas. Para além disso, foi ainda o portista com mais passes (72), acertando 63 deles.

OUT

Maxi Pereira - Com o jogo perfeitamente resolvido e mais que controlado pela equipa Maxi, com uma entrada irrefletida, acabou expulso. Se é que há motivo para uma entrada daquelas num jogo, para quê fazê-la naquela altura?  

segunda-feira, 24 de abril de 2017

A Montanha Está a Parir Um Rato

Nova machadada nas aspirações azuis e brancas, dá para acreditar?
Sabia-se à partida que a ponta final do campeonato não seria fácil, mas não se esperava que o FC Porto decidisse ligar o "complicómetro" na potência máxima e se lembrasse à força toda de ajudar a estender a passadeira do título ao rival de Lisboa.

Podemos sempre dizer que nada está acabado, e de facto não está, a liderança do campeonato está "só" a uma derrota do líder mas, sinceramente, após todos as oportunidades desperdiçadas, primeiro para passar para a frente e depois para se colar novamente ao rival, deixa-me demasiado apreensivo que algo de bom ainda resultará daqui.

Ciente de que posso vir morder a língua, e assim o espero, esta ponta final de campeonato veio mostrar que a montanha está a parir um rato. Depois do incessante discurso de NES que reforçava, jornada após jornada, que "ainda não estamos onde queremos estar", ou que "a equipa tem de estar preparada quando chegar o momento" e mais umas quantas frases, este recente FC Porto tem-se revelado um ratinho. Uma equipa que depois de tanto tempo em perseguição, na hora da verdade, nunca conseguiu aproveitar as várias oportunidades.

Num post recente elogiei a forma como o treinador portista conseguiu unir os adeptos em torno da equipa e como a raça e crença do plantel conquistaram os adeptos, mesmo depois de uma fase da época algo conturbada onde os resultados não apareciam. Terminei dizendo que esta equipa e estes adeptos mereciam muito este campeonato. Mas hoje pergunto: O FC Porto merece ser campeão? A minha resposta é não. Nós adeptos, que sofremos com esta equipa, que muitas das vezes combatemos aqueles que tentam calcar e mentir acerca do nosso clube merecíamos, merecíamos muito. Mas esta equipa que não cilindra um Vitória de Setúbal em casa e toma a liderança, não merece. Uma equipa que faz um jogo (principalmente o primeiro tempo) fraco contra o SC Braga, não merece. Uma equipa que não aproveita para se colocar de novo a 1 ponto, de novo em casa, desta vez contra o Feirense, não merece.


Ontem houve novo capítulo de uma arbitragem vergonhosa que, com erros claros, prejudicaram uma vez mais o FC Porto, mas é errado voltar miras para os árbitros por estes dias. É errado, porque em condições destas devíamos ser capazes de ganhar fosse como fosse, de comer a relva. Nesta altura a questão vai para além da arbitragem.


De que serve o esforço levado a cabo, essencialmente, no "Universo Porto" em que se tem vindo a desmascarar a pouca vergonha que graça pelos lados da luz, se esta equipa não entra em campo sedenta de vitória? O que nos têm feito não é motivação para correr até ao limite, para deixar a pele em campo? Não chega para praticarmos um futebol que não de pontapé para a frente e chuveirinho?

Ontem fiquei chateado, hoje acordei desiludido. Desiludido por ver uma equipa a oferecer meio jogo ao adversário, por ver uma equipa que faz parecer que todas as frases fortes e vontades apregoadas começam a cheirar a chavões. Estou desiludido por ver que esta equipa não quer tanto ser campeã como nós, adeptos.

domingo, 16 de abril de 2017

Soares Contra o Risco Zero

Pressionados pela vitória do líder, na véspera, ao FUTEBOL CLUBE DO PORTO só os três pontos interessavam na visita a Braga. Uma parte de avanço e alguns lamentos depois, resta-nos a esperança dada por SOARES, no terceiro empate dos últimos quatro jogos.


Esta será certamente uma Páscoa mais amarga para os lados do DRAGÃO. Num jogo em que vencer era imperial, até porque na próxima semana joga-se esse clássico em ALVALADE e onde o FC PORTO deposita grandes esperanças no que diz respeito à possibilidade de uma escorregadela por parte do SL BENFICA, a equipa de NUNO ESPIRITO SANTO deu, mais uma vez, tiros nos próprios pés. E a questão até podia ser o resultado, e aí lamentavamos os dois pontos perdidos, mas infelizmente não é. A questão, ou melhor, as questões que importam é que mais uma vez o FC PORTO falha quando não pode e a forma como isso acontece.

Jogar na LUZ com um meio campo DANILO pereira (6) – ÓLIVER torres (8) – andré ANDRÉ (8,5) sinceramente a mim não me espanta e isso até dou de barato. Mas uma coisa é, repito, jogar na LUZ, onde um empate seria sempre um mal menor e outra, bem diferente, é jogar em Braga, aí sim, onde só os três pontos interessavam. Nesse sentido e com essa estrutura táctica, ÓLIVER continua a jogar longe da zona onde rende mais. Joga demasiado recuado, por vezes ao lado de DANILO, longe de causar desequilíbrios e com isso o FC PORTO perde também a capacidade de pressão sendo a mesma entregue a ANDRÉ ANDRÉ que não só foi quebrando fisicamente, porque não chegava para todas as encomendas, como nas vezes em que chegava, já o fazia tarde recorrendo inúmeras vezes à falta.

Nesse seguimento, e visto que yacine BRAHIMI, a quem era incumbida a função de desequilibrador e que na maior parte das vezes realizou movimentos interiores, ocupando essa zona, creio que NUNO deveria ter colocado no onze jesús CORONA. Ofensivamente, e tirando o facto de ganhar mais criatividade no lado direito, “obrigaria” SOARES a ficar mais fixo na área e libertaria ANDRÉ SILVA, não para a ala, onde caiu várias vezes, deixando em branco a zona central, mas sim para o espaço de apoio ao ponta de lança.
Assim sendo e além do golo madrugador do SC BRAGA em que há uma clara falha defensiva, creio que nem os lances, já tradicionais, de falta nas áreas adversárias, desta vez sobre FELIPE e SOARES, apagam, de certo modo, a falta de soluções demonstrada pela equipa de NUNO, não só na forma exagerada como se recorreu aos passes longos e inconsequentes mas também na extrema dependência de BRAHIMI para os lances individuais. Juntando a tudo isso, ainda na primeira parte de realçar, também, as tais segundas bolas que NUNO já se queixara na LUZ, e que curiosamente também neste jogo foram quase sempre perdidas havendo depois, devido à tal falta de pressão dos jogadores mais adiantados do meio campo, espaços para a equipa de JORGE SIMÃO ter bola e circula-la a seu belo prazer. E se tínhamos entrado praticamente a perder, com o golo de PEDRO SANTOS, a desvantagem no marcador só não era maior porque o mesmo jogador acabara por falhar essa grande penalidade acertando o poste.

Para o segundo tempo, embora com os mesmos atletas NUNO acabou por mexer taticamente colocando ÓLIVER mais à frente, mais perto de ANDRÉ ANDRÉ e deixando DANILO sozinho à frente da defesa. E certo é que se viu um FC PORTO diferente daquele que tínhamos visto na primeira parte não só na forma como recuperava a bola, numa zona bem mais adiantada no terreno mas também na maior ocupação de espaços e criação de mais soluções perto da baliza bracarense.

Juntando a essa melhoria da primeira para a segunda parte, NUNO lança no jogo CORONA que teve logo impacto através dos lances onde o mexicano interveio e o FC PORTO acaba por chegar ao golo. Mais uma vez por SOARES, que já havia marcado em Braga pelo VITÓRIA SC, e mais uma vez também assistido por alex TELLES. E de facto esperava-se uma meia hora final um FC PORTO, que já estava por cima, ainda mais atacante mas, de novo, essa ideia acaba por esbarrar no conservadorismo de NUNO E.S.. Se aos 80 minutos retirar o esgotado ANDRÉ ANDRÉ, em troca direta por OTÁVIO, é uma opção que só peca por tardia, já não consigo compreender a alteração de héctor HERRERA por BRAHIMI, a meu ver o melhor em campo.

E com o empate, como escrevi, o terceiro nos últimos quatro jogos, a situação fica mais difícil na questão do título, até porque acredito que seja mais fácil o SL BENFICA perder três pontos do que nós fazermos o nosso trabalho. E num campeonato onde uns podem tudo e outros não podem nada, onde há equipas que não sofrem penaltis e até vêm jogadores adversários a decidirem jogos, não nos podemos dar ao luxo de numa altura destas termos receio de arriscar. A ver vamos o que nos dá o jogo de ALVALADE, e oxalá a sorte vá estando com NUNO E.S., até lá resta-nos a esperança...


Destaques

IN

BRAHIMI – CORONA -  Ambos num grande momento. Pena é que num jogo decisivo tenham acumuado, juntos, pouco mais de 25 minutos.


SOARES - Não só voltou a marcar como nos vai colocando na luta.


SUPER DRAGÕES - Depois de tudo que se falou durante a semana, um aplauso para os SUPER. Mais uma vez do início ao fim.

OUT


NUNO - Quem não arrisca. Os jogadores tentaram mas NUNO mereceu o empate.


HUGO MIGUEL - Infeliz. Adjetivo que vem sendo habitual para os homens do apito... nos jogos do FC PORTO.

AUTO-GOLOS - Ainda acreditei quando vi entrar o ALAN. Mas não passou disso.


por Fábio Daniel Ferreira,
Muralha Azul.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Seis Finais e Uns Socos

Dobrada mais uma jornada, o regresso às vitórias da equipa do FC Porto.
O Belenenses foi quem pagou a fatura após o empate na luz, com uma exibição sólida e de boa qualidade, o azuis e brancos despacharam facilmente a equipa de Belém por 3 bolas a 0.

No Dragão assistiu-se a uma partida de sentido único, ainda que no primeiro tempo não se visse o domínio portista materializado em oportunidades, tendo o FC Porto chegado apenas à vantagem perto do minuto 40 através de Danilo Pereira. Ele que levou no braço a merecida braçadeira de capitão.
O médio defensivo português foi um dos jogadores em foco no final da partida, algo que vem sendo comum. Fez um golo, venceu oito dos nove duelos que disputou (eficácia de 100% nos duelos aéreos), e ainda efectuou o máximo de passes da sua equipa, 69.


A segunda parte trouxe uma equipa que ao domínio do primeiro tempo lhe juntou oportunidades de golo das quais duas ajudaram a dilatar a vantagem: primeiro por Soares, a voltar aos golos, e depois através de um inspirado Brahimi que de penalti fixou o resultado final com um golo que merecia. O argelino teve ainda direito a ver o estádio gritar o seu nome. Depois do divórcio entre as bancadas e o prodigioso extremo portista, os assobios deram lugar a vénias e o espetáculo agradece.


3 a 0 foi quanto assinalavam os ecrãs do Dragão, com destaque para os dois toques na bola que a equipa do Belenenses conseguiu concretizar dentro da área portista, o que demonstra perfeitamente o domínio imposto no jogo por parte dos comandados por NES.

Após o jogo com a equipa sulista e com tudo na mesma no campeonato, o FC Porto entra, na próxima jornada, naquela que certamente será a série decisiva para determinar quem se sagrará campeão no final do campeonato. Braga é a próxima paragem, antecedendo a recessão ao Feirense, a ida a Chaves e ao Marítimo, quatro das seis finais.

Curiosamente, nos cinco jogos com data e hora definidos, apenas em um a equipa portista joga antes dos encarnados. Um fator que até poderia ser positivo, não fosse o deslize com o Vitória de Setúbal mostrar que o FC Porto não soube lidar com a facto de entrar em campo a saber o resultado do seu mais direto adversário.

Acredito que vencendo estes quatro jogos somos capazes de sorrir no final, mas para isso é preciso um Porto ao nível deste fim de semana e não como aquilo que vimos com o Setúbal.

Contudo, se para os lados do Dragão o jogo foi simples, ainda que com algumas razões de queixa, continuando a norte, em Moreira de Cónegos, o mesmo não se pode dizer.
Ontem, o campeonato português teve novo capitulo e findo o jogo a sensação com que se fica é que se começa a atingir um nível de impunidade tal que alguns já se permitem a tudo.

Em novo jogo pobrezinho do SL Briefing, valeu tudo para conquistar a vitória e, consumada nova vergonha, é vê-los mandar areia para os olhos do povo para branquear ao que ontem se assistiu trazendo à colação o lance protagonizado por Corona, ignorando por completo não só a entrada de que o mexicano sofreu como as próprias agressões de que foi alvo, mesmo antes da sua reação a quente.

Ontem finalmente percebi o porquê de Luisão ter lugar cativo na equipa do Benfica, afinal, não importa nada se ele chega a tempo à bola ou não, é tudo igual. O mesmo que andou aos encostos aos árbitros não devia ter acabado o jogo, mas não só acabou como ainda pode assistir à maior prova da impunidade da qual goza a sua equipa.


Depois de uma semana inteira a vê-los colarem o lance do jogo do Canelas ao FC Porto e seus adeptos, bastou ver o que ontem se passou. Samaris, à imagem do clube que representa, com um gesto cobarde agride o jogador adversário com um murro no estômago isto, depois de na jornada passada, ter feito o seu aquecimento de braços com Alex Telles.

Para a macacada ficar completa só faltava mesmo Jonas. Insatisfeito por não ter conseguido mandar ao chão o treinador Portista, ontem não se absteu de mostrar daquilo que é feito e não só insultou o clube de Moreira de Cónegos como fez votos para que descessem de divisão.

Mas é isto meus amigos, é com este clube que temos de levar, é contra esta impunidade que jogamos todos os fins de semana e acima de tudo, contra o moralismo da treta que tanto nos tentam impingir.

segunda-feira, 3 de abril de 2017

O Fair-play É Uma Treta

Em 2006 d.C.,ainda a treinar o Belenenses, Jesus disse: "O fair-play é uma treta". Vários anos volvidos e vejo-me obrigado a concordar com o mestre da tática.

Cito Jorge Jesus para ir ao encontro da propaganda posta a circular pelo seu ex-clube. Em véspera de clássico as redes sociais e canais de televisão foram inundados por uma "campanha exemplar que apelava ao fair-play" apregoado pelo clube encarnado, segundo eles: "no Benfica há espaço para todos". Após isso, era vê-los do alto da sua superioridade moral falarem acerca do "clube diferente" que são. Mas convenhamos, eles são mesmo diferentes!

Pior que um clube de más condutas é um clube que se julga diferente e superior aos restantes quando não é exemplo para ninguém.
Ao mesmo tempo que este clube apelava ao fair-play, o autocarro do FC Porto era atingido com tinta vermelha a caminho de Lisboa. Ao mesmo tempo que diziam haver espaço para todos no Benfica, adeptos pagantes do FC Porto eram expulsos do seu lugar debaixo de insultos. Ao mesmo tempo que apelava ao fair-play os adeptos do FC Porto eram atingidos por garrafas, pedras e bolas de golfe quando tentavam entrar na luz. Ao mesmo tempo que diziam haver espaço para todos, os adeptos azuis e brancos entravam no estádio 40 minutos após o início do jogo. Ao mesmo tempo que apelavam ao fair-play, Jonas mandava-se contra Nuno Espírito Santo. Ao mesmo tempo que diziam haver espaço para todos, Casillas arrumava isqueiros da sua grande área.

É este o clube da moral e dos bons costumes que se diz diferente dos demais. O raio de luz nas trevas que é o futebol português. Os guardiões da paz perante os "arruaceiros do norte". Os mesmos que roubaram e destruíram as instalações do Vitória SC, os mesmos que andaram ao murro nos festejos do seu próprio título.

Por baixo da sua moralidade pré-fabricada é-lhes permitido tudo, enquanto que a sua propaganda circula como bem querem, insultam, agridem e provocam. 
O fair-play é mesmo uma treta.





domingo, 2 de abril de 2017

Vontade Imensa que Não Foi Além do Empate

Tudo na mesma.
Era com grande expectativa que aguardávamos pelo jogo da luz. Depois de desperdiçada a oportunidade de assaltar o primeiro lugar na jornada passada e a frustração que isso trouxe consigo, a paragem para as seleções trouxe a oportunidade de limpar a cabeça e recuperar psicologicamente do desaire inesperado.

Era na luz que se aguardava que o FC Porto corrigisse o enorme erro consentido em casa frente ao Vitória de Setúbal porém, o equilíbrio de forças entre as duas melhores equipas do campeonato, acabou num empate e deixou tudo na mesma.

O jogo começou praticamente com um penalti para a equipa da casa. Perentório, Carlos Xistra teve menos dúvidas do que quem vê o lance pela televisão, e de imediato assinalou penalti que Jonas viria a converter.

Era importante o FC Porto entrar forte e dominador, assustar os vermelhos, e fazê-los encolher como tão bem sabem fazer em jogos contra equipas do seu nível, mas não aconteceu. A equipa da casa entrou melhor e o FC Porto sentiu algumas dificuldades em contestar o seu domínio. A reação e recuperação portista apenas se começou a fazer sentir à passagem do minuto 20'. Daí em diante, os azuis e brancos foram crescendo gradualmente, e a imagem que passava era de uma equipa a ganhar confiança e a partir em busca da baliza adversária. À meia hora de jogo registava 58% de posse de bola, embora apenas dois remates, e uma eficácia de passe de 81%.

O intervalo chegava depois de uma partida intensa que deu espaço para ambas as equipas infligirem a outra ao seu domínio. Maior pendor para o FC Porto, influenciado pela necessidade da correr atrás do prejuízo da desvantagem no marcador.

No segundo tempo o FC Porto entrou apostado em chegar à igualdade e, 4 minutos corridos do início do segundo tempo, Maxi Pereira a faturar em pleno estádio da luz. Quantos de nós já não havíamos imaginado este cenário? Finalmente aconteceu ontem.
Numa jogada de insistência e entre ressaltos, a bola sobrou para o defesa uruguaio que, à ponta de lança, enviou a redondinha para o fundo da baliza de Ederson.
Estava feito o empate, no terceiro remate em 4 minutos, comprovando a grande entrada do FC Porto no segundo tempo.

O golo portista alcançado com tanto tempo para se jogar galvanizou os adeptos e assustou a equipa da casa, e a necessidade de Júlio César de fazer levantar um estádio facilmente silenciado pelos adeptos portistas, mostrava isso mesmo. O FC Porto viria ainda a dispor de uma oportunidade por parte de Tiquinho Soares tendo o guarda redes adversário levado a melhor sobre o seu compatriota. Contudo, a boa entrada do FC Porto foi sol de pouca dura, e o Benfica depressa começou a crescer na partida e obrigou os azuis e brancos a recuar. Na fase de maior aperto valeu Iker Casillas com excelentes intervenções a segurarem o empate que, embora não servisse as nossas aspirações era, sem qualquer dúvida, bem mais positivo do que a derrota.

Não deixa também de ser curioso que algumas das melhores exibições do guarda redes espanhol sejam perante aqueles que, a todo o custo, tentam diminuir os méritos de Casillas.

O jogo terminou empatado. O FC Porto deixou, a partir de ontem, de depender apenas de si mas a confiança de que podemos ser campeões continua intacta. Acredito nesta equipa e se muitas vezes critiquei a postura do seu treinador ou a forma como foi preparada a época, estes jogadores, NES e, acima de tudo nós, adeptos, merecemos ser campeões. A garra e espírito que este plantel construiu e a forma como os adeptos se uniram em torno dos seus jogadores só merecem um desfecho azul e branco.