segunda-feira, 1 de maio de 2017

Em Defesa do Polvo

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Hoje, 1 de Maio, o Record traz na sua edição uma entrevista com a Srª. Sónia Carneiro, diretora executiva da liga. De entre vários assuntos questionados, o destaque vai para a penalização das críticas à arbitragem que, segundo esta, "podem custar 3 pontos".

O insurgimento contra as críticas às arbitragens aparecem, numa altura, em que se torna cada vez mais forte a contestação a um campeonato desvirtuado, onde o FC Porto é o clube com mais razões de queixa acerca do trabalho dos senhores do apito, ao mesmo tempo que o clube da luz goza de uma impunidade tal que não coloca travão ao comportamento dos jogadores encarnados dentro das quatro linhas. 

Isto de as coisas começarem a sair cá para fora quando o clube da luz está mais apertado já não é novidade esta época. Quem não se lembra das críticas do FC Porto ao anti-jogo dos adversários ainda nos primórdios deste campeonato? No que resultou? Em nada! Contudo, quando o anti-jogo tocou ao polvo foi ver a barulheira que despoletou e, qual INEM, a APAF acorreu logo em auxílio do clube encarnado e apelou a que os árbitros não compactuassem com essa forma de jogar, penalizando quem o faz nos descontos dados para lá dos 90'.

Serve isto para dizer, que já não é novo que as preocupações dos organismos da liga e da federação pelo bem-estar do futebol português surjam sempre que um determinado clube começa a ser apertado. 

Como seria de esperar as declarações da Srª. diretora executiva já começaram a causar regozijo entre os adeptos encarnados, numa altura em que são colocados em causa os méritos do clube destes no que ao campeonato diz respeito. Importa, portanto, que se ameace que isto tem de acabar. Não deixa de se lamentar que nunca ninguém apelasse a tal quando, durante anos, os títulos do FC Porto eram postos em causa por dirigentes, "paineleiros", jornais e jornalistas ao serviço da jihad vermelha. Nem que tão pouco a mínima crítica se levantasse contra o corretíssimo Rui Vitória quando falou em cebolada, árbitros que não foram competentes ou quando ficava à conversa com os juízes das partidas sempre que o resultado não acabava a seu favor. Comportamentos que transitam desde a temporada passada.

Eu pergunto o que seria se o FC Porto se comportasse como fez o clube que lidera atualmente campeonato durante anos e anos quando tudo ganhávamos? O que seria se os jornais sem qualquer tipo de isenção e credibilidade embarcassem na luta contra o mérito de um clube?


Os mesmos que agora apelam à calma, que ficam ofendidíssimos com as críticas dos portistas são os mesmos que bateram palmas quando Vieira apelou ao boicote aos jogos fora, que batiam palmas quando o mesmo Vieira ameaçava rasgar contratos televisivos tudo em revolta contra a arbitragem. E onde andavam os defensores dos árbitros quando jornais davam guarida a um João Gabriel que falava em "Título do FC Porto é um tributo dos árbitros!"? Certamente andavam pelos mesmos lados de quando o presidente do Benfica dizia que "Pedro Proença faz um grande favor ao Benfica se não voltar a apitar um jogo nosso". 

Se a retirada de 3 pts pelas críticas tivessem surgido há meia dúzia de anos, os ofendidos de hoje já teriam descido de divisão.  

2 comentários:

  1. O GRAU DE ESTUPIDEZ DE IRRACIONALIDADE É TANTA QUE NÃO MERECE QUALQUER COMENTÁRIO. A MAIORIA DAS PESSOAS NASCERAM HÀ 2 DIAS E JÁ PENSAM SABER TUDO.

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    1. Caro José,

      Isto é o verdadeiro vale tudo. A falta de vergonha esgotou-se faz tempo.

      Um abraço!

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