domingo, 7 de maio de 2017

Um Fulminar de Esperanças

Finito!
Atiro a toalha. Para mim acabou. Estão esgotadas todas as esperanças que ainda fui capaz de alimentar. E não há adepto que resista a nova desilusão. São umas atrás das outras. Assim não, meus amigos.

Não Nuno, tu não sabes o que é um jogador à Porto como tentaste explicar. Não sabes, porque nem sequer sabes o que é ser um treinador à Porto. Porque um treinador à Porto vê mais além, não pensa curto. Este FC Porto prefere segurar o 1 a 0 do que procurar o segundo por medo do que os desequilíbrios defensivos podem causar e, quando assim é, não dá. A busca pela segurança defensiva, por não causar desequilíbrios no processo defensivo tem sido a constante do FC Porto de NES. A necessidade em baixar linhas quando chega ao golo, a dificuldade em jogar com dois extremos em simultâneo é disso exemplo e, ontem, assistimos a novo capítulo e com um resultado desastroso.

Com Fernando Fonseca a surpreender na titularidade à direita da defesa, NES lançou também Herrera no 11 portista. E agora a pergunta: por que é que a precisar de ganhar Nuno não aposta em Corona e Brhimi? E a resposta está em cima. Porque não quer que o fulgor ofensivo que isso traz ao jogo desequilibre a equipa e isso explica facilmente os poucos minutos que ambos têm em campo em simultâneo, como explica o motivo pela qual em Braga retirou Brahimi pouco depois de entrar Corona e ontem ter lançado Herrera de início num dos corredores.

A precisar de ganhar para colocar pressão no rival, tal como o referiu na conferência de imprensa, o FC Porto entrou a querer dominar a partida e aos 15 min contava com 68% de posse de bola e 3 cruzamentos. Com o Marítimo a tentar dar alguma réplica a equipa portista chegou à vantagem perto da meia hora de jogo com Otávio a abrir as hostes. A partir daí o FC Porto foi caindo e deu aos verde-rubros a possibilidade de se apoderar das incidências e causar problemas para a baliza de Casillas. Com os dragões a errarem demasiado e a quererem complicar já só desejava que chegasse o intervalo.


Se o intervalo era importante para cortar com ascendente da equipa Maritimista e para reorganizar as tropas para o segundo tempo, tal não aconteceu. O FC Porto regressou ao relvado com as linhas recuadas, com medo de arriscar e a procurar defender o 1 a 0 trazido dos balnearios. Quando assim é, já dizem os livros, dificilmente dará certo. E foi o que aconteceu. A equipa da casa chegou ao empate e a partir daí foi um "ai jesus". Muita confusão, construção sem critério e a tentativa de chegar à baliza de Charles de qualquer maneira, na esperança que, no meio do "barulho", alguém encostasse a bola para o fundo da baliza. Não aconteceu, pese embora os homens que Nuno colocou na frente - a Soares juntaram-se André S. e Rui Pedro - poucas oportunidades de golo surgiram, porque pouco importa quantos jogadores há no ataque se a bola não chega lá com qualidade, se não existe ninguém capaz de construir. 

Resultado final 1 a 1, restaram cabeças baixas e olhares derrotados. Se chegou a estar complicado aspirar ao titulo durante a temporada, a certa altura deu para acreditar mas este FC Porto insiste em fulminar as esperanças dos seus adeptos, porque esses sim merecem ser campeões e, no que dependesse de nós, já o seríamos e com 10 pts de avanço. Não era suficiente ver as contas complicadas pela vitória de ambas as equipas da frente. Não, este FC Porto encarrega-se ele próprio de assassinar a sangue frio qualquer réstia de esperança que ainda existisse. Resta a desilusão e frustração de quem não vê refletido em campo a crença e a fome de vencer dos seus adeptos.


Destaques:

Destaco apenas Fernando Fonseca. Sem que ninguém esperasse não só foi convocado como assumiu a titularidade, e que bem se portou o miúdo. Não foi a melhor estreia mas fica o destaque para alguém que esteve à altura do compromisso.

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