domingo, 29 de janeiro de 2017

Invenções Corrigidas a Tempo

Na jornada que antecede a visita do Sporting CP ao Dragão, a equipa de Nuno Espírito Santo rumou a sul para defrontar a frágil equipa do Estoril  Praia, que por esta altura vai realizando um campeonato bem abaixo daquilo que nos foi habituando nos últimos anos. 

Pese embora a época sofrível até ao momento do clube da linha, o Coimbra da Mota é um terreno historicamente difícil para os azuis e brancos contudo, no passado sábado, o principal adversário dos portistas não foram os canarinhos mas sim Nuno Espírito Santo.

O treinador portista decidiu inovar, prescindindo dos extremos de que dispõem e apostar numa equipa que segundo ele lhe "oferecesse o máximo equilíbrio nos diferentes momentos do jogo", mesmo estando a jogar contra aquele que, a par do Belenenses, é o pior ataque da liga com 12 golos marcados à entrada para esta jornada.

Aquilo que não passou de uma invenção obrigou o FC Porto a suar para conquistar os três pontos, não sem antes haver tempo para o erro da praxe contra os azuis e brancos. 

Com uma primeira-parte fraca e sem história, com o 11 que lançou a jogo NES apenas conseguiu ver um jogo afunilado e sem oportunidades. Aos 36' a equipa contabilizava três remates e nenhum enquadrado com a baliza. Foi aí que o treinador portista decidiu fazer marcha atrás na tática inicial e lançar Brahimi para o lugar do apagado Jota. É nítido o abaixamento de forma do jovem portista e ontem foi mais um exemplo disso. Das 15 vezes em que teve a bola na sua posse perdeu-a por 9 ocasiões.   
 
Só no segundo tempo o FC Porto começou a dar mostras de si, especialmente a partir do momento em que entraram em campo Rui Pedro e Corona, aumentando a pressão sobre o adversário que ia tentando resistir. Adivinhava-se o golo mas ora o desacerto, ora o Gr Moreira, ora o árbitro da partida foram negando o golo ao FC Porto.

Golo esse que veio a aparecer somente aos 83 por intermédio de André Silva ao converter uma grande penalidade clara cometida sobre o próprio. Ainda viria a haver tempo para Corona, numa belíssima jogada individual fazer o segundo e para o Estoril reduzir nos últimos minutos de jogo. 

O resultado final fixou-se nos 1-2 com o FC Porto a sofrer o seu primeiro golo fora de portas desde que defrontou o Sporting em Alvalade. Mas, mais do que isso, um jogo sofrido em que o principal adversário da equipa foram as opções técnicas iniciais. 

São evidentes as melhorias no processo defensivo e na reação à perda da bola da equipa portista e se a velha máxima nos diz que "ataques ganham jogos e defesas campeonatos" NES parece levar este dito demasiado à letra ao ponto de abdicar das asas da equipa que lhe conferem o individualismo e genialidade necessárias, por um equilíbrio exagerado mesmo perante um dos piores ataques do campeonato. Algo que, definitivamente, foi difícil de perceber quando de um lado está uma equipa que luta pelo título e do outro uma que luta para não descer.

Destaques: 

Reconhecer o erro - Ainda que sem o admitir, NES voltou atrás na sua estratégia inicial, e corrigiu o erro que podia ter custado caro ao FC Porto, fez entrar Brahimi, Corona e Rui Pedro que trouxeram à equipa a frescura e imaginação que faltava até então. Um erro que acabou por ser corrigido a tempo.

André Silva - O jovem ponta-de-lança foi fundamental. Marcou um golo, de penalty, fez a assistência para o 2-0 e rematou três vezes, duas enquadradas. Incansável ainda viu ser-lhe visto negada uma grande penalidade.

Alex Telles - O lateral esteve sempre em jogo, com quatro passes para ocasião, embora apenas um de bola corrida. Foi um de três jogadores a tocar 66 vezes na bola, o máximo do jogo.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Vitória à Cabeçada

No dobrar do campeonato o FC Porto venceu o Rio Ave por 4 bolas a 2 num jogo que chegou a assustar mas com a equipa a dar a devida resposta e à cabeçada.

No jogo de ontem o FC Porto não entrou bem, nervoso e com a equipa visitante bem encaixada no sistema azul e branco, os dragões não conseguiam tomar as rédeas da partida. Os forasteiros, à passagem do quarto de hora registavam mesmo 60% de posse de bola, 62% dos duelos ganhos e mais um remate que os azuis e brancos.

Pese embora as estatísticas desfavoráveis, foi o FC Porto quem se adiantou no marcador quando num livre, Felipe subiu lá acima para fazer o primeiro da partida. 
Em vantagem seria natural que os comandados de NES tranquilizassem e, a partir daí, arrancassem para uma exibição segura, mas não aconteceu. A equipa continuou intranquila e uma amostra disso mesmo foi o golo do empate apontado pelo Rio Ave. Casillas facilitou e solto de marcação Guedes apareceu para fazer o mais fácil e encostou para o fundo da baliza.

Depois de um primeiro tempo com uma equipa intranquila e com dificuldades em tomar conta da partida e partir para um domínio do jogo, aguardava-se com expectativa o segundo tempo para se perceber qual seria a atitude dos azuis e brancos.

Ora a segunda parte iniciou-se praticamente com o golo da equipa de Vila do Conde, Layún num jogo pouco conseguido após regressar de lesão, cometeu o penalti que permitiu a Roderick colocar a sua equipa em vantagem.

Curiosamente foi a desvantagem que despertou o FC Porto que, finalmente, assumiu as despesas e acordou para uma exibição que o estádio começava a exigir.

Marcano, de cabeça, empatava e logo de seguida NES, sem medo, fazia entrar Rui Pedro sacrificando um defesa (Layún). Já no inicio da segunda parte André André rendia Corona. 

As substituições surtiram o efeito esperado, Com André o FC Porto ganhou mais pulmão no meio-campo e possibilitou que a equipa ganhasse mais equilíbrio no setor intermédio passando a controlar melhor a partida.

Danilo, em novo lance de bola parada também ganhou nas alturas e em sete minutos, a equipa dava a volta ao marcador, a contemplar uma segunda parte de grande intensidade e procura pela baliza contrária.
Mais perto do final Rui Pedro ofereceu a tranquilidade que podia ter aparecido mais cedo, e aos 88' deu o golpe final que retirou ao adversário qualquer possibilidade de roubar a vitória ao FC Porto.

Em suma, este foi um jogo que valeu pela crença e vontade da equipa. Se houve motivos para o Dragão ficar em sobressalto depois de uma primeira parte pouco conseguida e a segunda a abrir com a desvantagem no marcador, os azuis e brancos acordaram para uma recuperação pautada pela garra e emoção no encontro com todos os golos a serem apontados de cabeça.

Destaques: 

Danilo - O número 22 portista somou 13 acções defensivas e nove recuperações de bola, e venceu 88% dos duelos que disputou. Foi também ele que fez o golo que possibilitou a cambalhota no marcador e não escondeu a emoção pelo momento. Para mim, o jogador que mais raça e espírito de dragão demonstra. Para quando a braçadeira no seu braço?

Centrais - Os centrais do FC Porto mais do que defender foram lá à frente mostrar aos avançados como se faz, a defesa azul e branca é de resto a que mais marca no campeonato e muito por culpa dos seus dois defesas centrais. Marcano conta já com 4 golos apontados ao passo que Felipe soma 2.

Dragão - Grande ambiente ontem no Dragão. Bancadas bem compostas e um tempo e horário que levaram os adeptos ao estádio. Golos, emoção e festa formam uma bela tarde de sábado para aqueles que acorreram ao Dragão. 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Distâncias Encurtadas na Corrida para a 2ª Volta

Depois de na jornada anterior o FC Porto ter escorregado novamente e deixar escapar o seu mais direto adversário, este fim-de-semana trouxe a possibilidade de colocar novamente tudo como estava e os azuis e brancos não desperdiçaram e bateram o Moreirense por 3 bolas a 0.

Ao ver o nosso rival perder pts é inevitável o sentimento de satisfação, alternado pelo amargo de boca pelo empate na jornada passada que nos impede de estarmos ainda mais próximos do nosso objetivo. Contudo, a jornada foi-nos bastante proveitosa e conseguimos ganhar pts aos dois clubes de Lisboa em simultâneo, o que não é fácil.

À entrada para o jogo de ontem outra coisa que não a vitória seria algo impensável e depois de três jogos sem conhecer o seu sabor, o FC Porto estava na obrigação vencer e voltar a recuperar a crença numa vitória do campeonato.

Até foi o Moreirense quem criou a primeira grande oportunidade do encontro nos primeiros 10 minutos, mas o FC Porto seria o primeiro a fazer balançar as redes à passagem da meia hora de jogo depois de 6 tentativas que não encontraram a baliza de Makaridze.
Chegados à vantagem no encontro durante o primeiro tempo por intermédio de Óliver, a tarefa descomplicava-se, ficando ainda mais fácil com o dilatar para 2-0 (André Silva).
Os azuis e brancos viriam ainda a beneficiar da expulsão de Francisco Geraldes, desenhando assim uma noite que teria tudo para correr bem. E assim foi.

A primeira parte foi de domínio do FC Porto e o resultado assim o mostrava mesmo que sem um grande brilhantismo. Regressados dos balneários esperava-se um segundo tempo que aliasse ao domínio do primeiro, uma boa exibição aproveitando as facilidades conseguidas na primeira parte. Algo que até se viu mas só até ao golo de Marcano.

Feito o 3 a 0 aos 62 minutos a equipa de NES diminuiu o ritmo e controlou o jogo a baixa rotação, limitando-se a deixar passar o tempo sem se cansar muito. Terminado o encontro o FC Porto somava 7 remates enquadrados, 70% de posse de bola e contabilizou em 61 as vezes que entrou na área adversária.

Destaques: 

Herrera - O pantinho feio do FC Porto foi a jogo para suplantar a saída de Brahimi que por estes dias disputa a CAN. Se nem sempre Herrera, é um jogador que encha as medidas ao menos exigente dos adeptos do dragão, ontem não foi o caso. O mexicano protagonizou seis passes para ocasião (um deles uma assistência), e acertou 86% dos passes que efectuou. Foi o jogador portista que mais vezes tocou na bola, e ainda ajudou nas tarefas defensivas, somando seis desarmes.

Marcano - Já são várias as vezes que, neste espaço, se dá destaque a Marcano e o espanhol merece-o. A transformação deste das últimas épocas para a atual não passam despercebidas a ninguém e temos neste momento um central seguro, confiante, que marca golos e que não dá qualquer hipótese a Boly de espreitar a titularidade.
Ontem, Marcano fez um golo, contabilizou 7 ações defensivas e venceu 75% dos duelos que dispotou.

O ovacionado regresso
Kelvin - Ontem deu ainda tempo para lançar Kelvin em jogo. Devo dizer que tenho grande expectativa em perceber de que forma Kelvin será aproveitado pelo FC Porto e aquilo que tem para oferecer à equipa, agora que é um jogador mais maduro que aquele que entrou para a história e para o coração dos adeptos, que ontem não se inibiram de o aplaudir efusivamente.
Esteve pouco mais de 20 minutos em campo, mas entrou com vontade. Fez dois passes para ocasião, entrou uma vez na área adversária e recuperou a posse de bola cinco vezes.

O campeonato vai, agora, entrar na segunda volta e com quatro pontos de atraso para o primeiro classificado, alcançar dos nossos objetivos é perfeitamente possível. Ao FC Porto pede-se que não desarme em nenhum momento e que a pressão ao nosso adversário seja constante. A consistência que não conseguiu ganhar em meia época terá de a conseguir agora para manter a chama acesa até final e vencermos o campeonato.

Venha de lá a segunda volta. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

"Paços" Trocados de um Clube na Defensiva

Numa semana em que a arbitragem esteve no centro das atenções, viu-se mais do mesmo num jogo fora de portas do FUTEBOL CLUBE do PORTO. No entanto, se na antevisão da partida de Paços de Ferreira, NUNO espírito santo tinha destacado a importância da consolidação defensiva, “podemos” concluir que o nulo foi um mal menor. No entanto, mais importante que falarmos do jogo de sábado, é tentarmos perceber o que se passa no nosso clube. Sim, porque o jogo e o resultado alcançado são mais um poço de questões que nunca vemos respondidas.

Ultimamente, e com razão, o nosso clube tem mostrado um enorme desagrado com as arbitragens. No entanto, a aparente pressão, é apenas feita através do Dragões Diário ou das abordagens bastante ténues do nosso treinador. Sábado, não nos podemos queixar do homem do apito, mas de nós mesmos, e é bom não esquecer que tal como os erros alheios continuarão, os nossos também ainda não pararam.

Muito perto do término da primeira volta, ou seja, praticamente a meio da época, ouço um técnico monocórdico dizer que é importante “consolidar processos defensivos” para depois tentar marcar. Não é assim. Não pode ser assim. O objetivo do FC PORTO tem que ser sempre marcar e ganhar jogos. Vimos um FC PORTO não sofrer golos em Tondela, em Belém e até em Setúbal e em 9 pontos possíveis somamos 3. Não sofremos golos também em Chaves e lá saímos precocemente da TAÇA DE PORTUGAL PLACARD. Até na TAÇA CTT (taça da liga) fomos a melhor defesa do grupo, mas também o último classificado (reconhecendo porém que a eliminação surgiu às custas de uma vergonhosa arbitragem em Moreira de Cónegos).

NUNO não está num VALENCIA CF onde luta para ir à europa, nem num RIO AVE FC que luta para evitar os últimos lugares e até chegar também às competições europeias, se quiserem. NUNO está sim num clube em que ganhar tem que ser uma obrigação, e esse “chip” ainda não foi mudado. Temos lacunas no plantel desde o início da época e as danças entre a bancada, o onze, o banco de suplentes e agora também a equipa “B” são uma constante e algo que não entendemos: ou talvez não seja para entender. Aliás, aos paços trocados de NUNO na gestão do plantel, podemos juntar os táticos também.

A ideia do 4x3x3 foi mudada a meio da pré temporada, uma pré temporada quanto a mim mal preparada. Silvestre VARELA, outrora dispensado, aparece sem exito como lateral. Entretanto desaparece e entra por exemplo na MATA REAL para ajudar a decidir uma partida. Entregamos perto de 7 milhões por willy BOLY um jogador para as “taças”, que até já foram à vida. Héctor HERRERA, tal como yacine BRAHIMI, tanto jogam a titular como passam para a bancada e não são opção. JOÃO CARLOS teixeira teve encostado praticamente toda a primeira volta e aparece de repente para fazer de OTÁVIO. ADRIÁN lópez passa de dispensado (e de uma possível venda) a “reforço” de última hora, joga, passa outra vez para a bancada e de novo a dispensado, juntamente com SÉRGIO OLIVEIRA e EVANDRO goebel. De ANDRÉ ANDRÉ quase nem me lembro. Já na frente, contratamos laurent DEPOITRE (para quem não vejo futuro no clube) e de repente aparece RUI PEDRO para tentar desbloquar um jogo.

Aliás, quando essas movimentações acontecem também na direção, é sinal que algo está mesmo mal. ANTERO henrique deu o lugar a LUÍS GONÇALVES, JOÃO PINTO passou a ser presença no banco, e agora até o team manager ACÁCIO VALENTIM abandona o clube para onde entrou há 20 anos. E a ver vamos se ficaremos por aqui.

Quanto ao último jogo, pouco tenho a dizer, até porque, para mim é o menos importante. Defendemos bem, aliás o FC PAÇOS DE FERREIRA não criou um lance de perigo. E mesmo sem um jogo brilhante (teve muito longe de o ser) criamos oportunidades quanto baste para marcarmos pelo menos um golo mas, mais uma vez, ANDRÉ SILVA (principalmente) e companhia estiveram longe de ser eficazes, alternando o azar, no mérito de rafael DEFENDI e a azelhice.

Infelizmente, não vejo com bons olhos o restante da época, uma época que tanto direção como equipa técnica têm abordado na “defensiva”. Há que atacar o que é importante, e se da parte da direção o importante neste momento é o mercado, que NUNO faça o que lhe compete e encare os jogos realmente para os ganhar. Espero sinceramente que a eliminatória com a AS ROMA não seja a única vitória da época. E pior que não voltarmos a ganhar é não darmos pelo menos um passo em frente. Aliás, em Paços, foram dois atrás.

Por Fábio Daniel Ferreira,
Muralha Azul
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