segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Investiguem, Por Favor!

A Muralha Azul está em condições de afirmar que o FC Porto vai abrir um inquérito interno para perceber que vergonha é esta de se andar a jogar sem 4 titulares indiscutíveis, com exibições de grande nível, vencer e ainda dar goleada. Espero que alguém meta mão nisto, caso contrário o campeonato ficará ferido de morte, porque isto de andar a dar 5 não pode acontecer.

A vergonha começou logo após o apito inicial, com o FC Porto a entrar em campo com uma intensidade inadmissível. Marcamos cedo e à passagem do quarto de hora o placard assinalava já uma vantagem de 2 golos para o FC Porto, arrumando praticamente com o jogo aos 16'. Nem sequer se deu ao Portimonense a oportunidade de poder discutir o jogo. Inacreditável!

Marega abriu o marcador após assistência de Soares, e Otávio fez o segundo depois de um passe rasteiro do maliano. Em posição frontal, o brasileiro fuzilou o guarda-redes adversário. Eu deixo a pergunta: mas quê, também vale estouros?

A vencer por 2, os portistas finalmente fizeram o que tinha de ser feito desde o início do jogo: desaceleraram. Porque isto de se querer jogar muito à bola não se admite. Procurou-se gerir a vantagem e o esforço e, com isso, o Portimonense cresceu e aproximou-se com maior perigo da baliza de Iker Casillas. A posse de bola dos algarvios aumentou, bem como os remates, ainda que sem grande perigo.

Inspirado, Marega, e talvez no melhor momento da equipa da casa, fez o 3º dos portistas a fechar a primeira parte. Os números ao intervalo mostravam bem a superioridade e eficácia portista: 61% de posse de bola, 3 golos em 4 oportunidades e 29 bolas colocadas na área do Portimonense.

A segunda parte continuou ao ritmo da primeira. Como se já não bastasse estar a vencer por 3, o FC Porto não queria ficar por ali e não teve qualquer tipo de problema em marcar mais. Foram dois que fecharam o resultado em 5 bolas a 1. Aos 59' o estreante Dalot assistiu Soares, que deu continuidade ao excelente momento que vai atravessando, picando novamente o ponto. Mais tarde, novamente com o jovem defesa esquerdo em evidência, foi a vez de Brahimi ser servido por Diogo Dalot fazendo o quinto golo.

Já nos descontos o FC Porto sofreu aquele golinho que irrita sempre mas que acabou por premiar uma equipa que procurou joga de igual para igual e sem medo.

Depois deste escândalo, só posso dizer que fico a aguardar que alguém venha dar a cara. É um desrespeito a jogatana que se assistiu em Portimão. Isto de atropelar adversários não dá com nada.

DESTAQUES:

IN

DALOT - Jogo de grande nível do jovem portista adaptado à esquerda da defesa dos Dragões. Seguro tanto a defender como a atacar, Dalot deu continuidade à produtividade do lado esquerdo até então ocupada por Alex Telles bisando nas assistências, primeiro para Soares e, mais tarde, para Brahimi. O jovem confirmou a qualidade e, acima de tudo, o futuro promissor que se lhe avizinha.


SÉRGIO OLIVEIRA - Incrível o momento do médio português. Nem o mais convicto defensor de Sérgio Oliveira apostaria no nível atual que o jogador vem apresentando. Terminou como o jogador com mais passes efectuados (71), mais passes certos (64), mais acções com bola (95), mais duelos ganhos (13) e mais desarmes (6)

MAREGA - Uma exibição pautada, acima de tudo pela eficácia. Nos dois únicos remates que fez à baliza marcou, nos dois passes para concretização, um resultou em golo; nos dois dribles que tentou, completou ambos.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

45 Minutos...A Travar

Num dos mais longos jogos do futebol português, que durou 37 dias e, em que meio mundo se preparava, convicto, para esfregar as mãos pelo tombo do FUTEBOL CLUBE DO PORTO, 14 minutos bastaram para a viola voltar ao saco. Num "jogo" em que o tempo parecia escassear, não só não precisamos de chegar ao minuto 99 como ainda deu para colocar o travão.


Foram 6 as alterações de SÉRGIO CONCEIÇÃO para a segunda parte do jogo frente ao CD ESTORIL PRAIA. Os lesionados vincent ABOUBAKAR, RICARDO pereira e DANILO pereira foram substituídos por tikinho SOARES, MAXI pereira, sérgio OLIVEIRA enquanto iker CASILLAS e iván MARCANO substituiram, por opção, JOSÉ SÁ e diego REYES. Isto, para além de yacine BRAHIMI entrar para o lugar do mexicano miguel LAYÚN, entretanto emprestado ao SEVILLA CF.

Ainda assim, foi um autêntico rolo compressor o FC PORTO que se viu na Amoreira e o sinal foi dado logo aos 10 segundos mas o passe de moussa MAREGA, não chegou ao destinatário SOARES. Héctor HERRERA foi o senhor que se seguiu nas oportunidades de golo, mas o intento foi travado por RENAN ribeiro com uma grande defesa adiando aquilo que se ia prevendo. Minuto 7, do segundo tempo e alex TELLES, num livre que acabou por entrar diretamente na baliza do guarda-redes brasileiro do ESTORIL empatou o jogo.

Com uma equipa canarinha praticamente sem existir, e com os azuis e brancos a ganhar praticamente todos os lances no miolo do terreno, a equipa de CONCEIÇÃO teve o revés de perder TELLES, um elemento importantíssimo neste PORTO, por lesão. No entanto, e já com diogo DALOT em campo, o FC PORTO acabou por dar mesmo a cambalhota no marcador, com SOARES a emendar um remate de HERRERA. SOARES, que manteve a veia goleadora, aos 67 minutos resolveu a questão dos três pontos, aproveitando uma defesa incompleta e RENAN.

A partir daí, os dragões tiraram finalmente o pé do acelerador e, embora no ataque os lances de perigo continuassem, e equipa de IVO VIEIRA aproveitou para chegar mais à frente, mas num FC PORTO de tração ofensiva nem a defesa deu qualquer abébia.

Numa segunda parte onde este PORTO era posto à prova, a resposta foi rápida e eficaz. Domingo, em Portimão, e não obstante as imensas baixas no plantel portista, a ambição e determinação têm que ser as mesmas. Numa fase fulcral da época, e em semana que antecede o clássico do DRAGÃO, frente ao SPORTING CP, os 5 pontos de vantagem podem ser determinantes.

DESTAQUES

IN

45 MINUTOS À PORTO - Um tempo que parecia escasso deu para tudo. Atacar em força, dar a volta ao resultado e descansar. Grande segunda parte.

SOARES - Mais dois golos e uma ótima fase do brasileiro. Imaginem agora se não tivesse ido para a China.

CONCEIÇÃO - Para quem é do seu tempo (como jogador), este foi um jogo à imagem de CONCEIÇÃO. Está de parabéns.

OUT

LESÕES - RICARDO, DANILO, ABOUBAKAR e agora TELLES e CORONA. Que fiquemos por aqui.

ESTORIL - Mérito, muito mérito dos dragões mas, a equipa de IVO VIEIRA foi uma nulidade em relação ao primeiro tempo. Domingo, será bem mais difícil.

por Fábio Daniel Ferreira

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Resposta Dada Resposta Honrada

Ah e tal quer queiram quer não, uma goleada deixa sempre mossa. 

Aí está a resposta ao desastre europeu. Depois da tempestade a meio da semana, veio a bonança para os lados do Dragão e, para infelicidade de muitos, foi esta a mossa que deixou na equipa: despachar o Rio Ave com uma goleada e um grande jogo. 

Com uma surpresa na baliza, o FC Porto entrou praticamente a vencer. Sérgio Oliveira, com o pé quente, fez o quarto golo consecutivo em competições internas e adiantou a equipa no marcador logo aos 2'. Um golo tão cedo só pode ser benéfico e foi mesmo isso que se veio a comprovar. Numa altura em que os portistas entravam em campo ainda a lamber as feridas, o golo madrugador foi como devolver tudo à normalidade, estendendo a passadeira para uma exibição de grande nível.

Pese embora reconheça a boa época até ao momento da equipa de Vila do Conde e do futebol apelativo e de boas ideias que procura privilegiar, conseguido-o com algum sucesso, sou da opinião que para lá das boas ideias, o Rio Ave pratica ainda um futebol muito previsível que Sérgio Conceição e os seus pupilos tão bem têm sabido anular e tirar partido quando defrontam os comandados de Miguel Cardoso.

Com uma construção bem desde trás, é Cássio o primeiro homem do Rio Ave a quem é incumbida a função de iniciar o jogo da equipa, fazendo-o normalmente com passes para os centrais que alargam o terreno ou para Pele que recua até entre estes e que, posteriormente, procuram os seus laterais como linha de passe. Pressionando alto a zona de construção da equipa visitante e reduzindo as linhas de passe, permitiria recuperar muitas bolas ainda no meio-campo do Rio Ave ou obrigar o seu guarda-redes a bater longo e, aí, poder ganhar as primeiras ou segundas bolas. E foi mesmo isso que aconteceu. Soares, Marega, Corona e Brahimi pressionavam a linha defensiva rio-avista com auxílio de um dos seus médios, confinando o jogo visitante ao seu meio-campo defensivo e com poucas repercussões ofensivas.

20 min após o golo inaugural, era dada continuidade à boa entrada dos azuis e brancos com Soares a fazer o segundo depois da assistência para o primeiro golo. Já o tinha dito na análise ao jogo em Chaves, e volto a repetir. Fez bem o puxão de orelhas ao brasileiro, deu a melhor resposta e parece cada vez mais próximo do atleta que vimos chegar no inverno passado e que tão importante se veio a revelar. 

A lição trazida para o jogo mostrava os seus frutos, apesar dos 59% de posse de bola da equipa visitante, contabilizavam apenas um remate (desenquadrado) à meia-hora de jogo. 

A vencer por dois o FC Porto não abrandou, o Rio Ave concedia espaços e os portistas chegavam a zonas de finalização com grande facilidade. Marega aproveitou-se disso e, ao tentar assistir um golega, vê o seu passe desviado para a própria baliza por parte de Marcelo. Estava feito o terceiro.

Foi com 3 golos sem resposta que o jogo foi para o intervalo num domínio claro do FC Porto expresso nos números, onde apenas só não foi melhor na posse de bola: 7 remates contra 2; 4 enquadrados con 0 e 17 bolas na área adversária contra 8.

O segundo tempo, trouxe um Rio Ave mais perigoso na frente de ataque, para além da posse de bola se ter acentuado, na frente os visitantes criaram mais ocasiões de golo. Aos 15 min do segundo tempo o Rio Ave registava 66% de posse de bola e 3 remates (1 enquadrado), com João Novais em destaque. Nos minutos iniciais da segunda-parte, o Rio Ave dava melhor réplica do que em toda a primeira-parte.

Apesar da boa entrada, o FC Porto voltaria a tomar conta das incidências do jogo e, com naturalidade, fazer mais dois golos. Marega depois de meio golo, marcou o quarta da partida e a 5 minutos do fim Soares bisava e fazia o quinto.

DESTAQUES:

IN

CASILLAS - Não esperava vê-lo a titular, mas congratulo. Da mesma forma que SC passou Iker para o banco por uma semana em que este não trabalhou como na máxima exigência, por coerência podia perfeitamente passar para o banco José Sá por este não estar ao nível do que se pedia. Todos contam, agora é a vez de Sá estar do outro lado.

SOARES - Dois golos e uma assistência do brasileiro. Para além disso, Soares registou quatro remates, dois deles enquadrados, e dois passes para finalização.

SÉRGIO OLIVEIRA - Fez o golo que abriu as portas à goleada. Porém, para além disso, terminou a partida com dois dribles eficazes em duas tentativas, 83% de eficácia de passe e seis desarmes.

OUT

PACIÊNCIA/OLIVER -  Pena por não ver ser dado tempo de jogo a Gonçalo Paciência. É importante que não se tenha chamado o PL português para simplesmente fazer número. Se Gonçalo não entrou, Oliver teve mais sorte ainda que depois de ver o médio em campo fique sempre um sabor agridoce por não termos podido ver mais. O jogo ganha outro perfume nos pés do espanhol, gostava de o ter visto mais tempo em campo.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Cair Com Estrondo

Pior derrota da história em casa. Foi com este balanço que se fechou o jogo que opôs o Liverpool ao FC Porto na visita dos ingleses à cidade invicta. 

Se aquando do sorteio, dadas as opções, este Liverpool era encarado como um dos males menores a sair na rifa, certo é que pior resultado seria impossível. O FC Porto levou uma verdadeira amassadela numa noite em que nada saiu bem e, ainda que com a segunda mão para se jogar, podemos assumir que caímos com estrondo.

À semelhança do que já li por aí e concordo, nem o Liverpool é tão bom assim, nem o FC Porto tão mau. Acontece que, após o primeiro golo, a equipa não soube reagir, manter a calma o que, aliado ao desgaste notório dos dragões e a uma equipa inglesa cheia de força e com uma frente de ataque demolidora, os portistas afundaram-se por completo sem conseguir dar resposta. 

O jogo até não começou mal, pese embora sem grande pendor ofensivo, foi o FC Porto que criou a primeira grande oportunidade do jogo. Com uma equipa mais recuada, os portistas pareciam apostados em explorar a velocidade nas transições, dando a iniciativa à equipa inglesa explicando-se assim os 74% de posse de bola dos visitantes à passagem do minuto 20.

Se até a este momento se podia perspetivar um jogo interessante, aos 25 min tudo mudou. José Sá vacilou e o Liverpool adiantou-se no marcador. A partir daqui o rumo do jogo alterou-se drasticamente. A equipa portista nunca mais se encontrou, desanimou e sofreu o segundo, com a toada inglesa a continuar na segunda parte com mais 3 golos sem resposta.

Com um FC Porto a entrar mais fechado na tentativa de lançar contra ataques, o golo aos 25' obrigou Sérgio Conceição a alterar a sua abordagem, expondo-se mais. A equipa tentou subir mas o sobre-rendimento de alguns atletas e o próprio sistema com que se apresentou em campo, não só boicotaram qualquer tentativa de inverter a desvantagem, como conduziu a equipa para uma espiral negativa da qual não mais conseguiu sair. 

A opção de abordar o jogo com um meio campo ora a dois, ora com 3 mas com Otávio mais pelo meio foi arriscada e inesperada, ainda para mais quando Conceição tem vindo a optar por utilizar um meio-campo a 3 combativo em jogos de maior exigência. Ora, com Marega que tem andado longe da sua disponibilidade física de outrora, com Soares que não tem a mesma velocidade de Aboubakar e com um maio-campo a dois/três sem Danilo mas com Otávio cujas capacidades para ajudar no processo defensivo não são as maiores, acabaram por ditar a pouca capacidade ofensiva da equipa e o descalabro a nível defensivo, dando espaços entrelinhas que nunca poderia conceder a uma equipa que os explora tão bem como este Liverpool.

Mais do que apontar o dedo a José Sá, fracassou a estratégia. É certo que precipitada por um erro, mas que acredito que não fosse por isso, seria uma questão de tempo até ir dar ao mesmo desfecho.

Resta virar o foco para o Rio Ave e fazê-los pagar a fatura e, na segunda-mão, tentar de alguma forma limpar a imagem deixada quarta-feira. Depois disso podemos virar-nos para o que realmente importa, o campeonato, e começar a dar mais descanso a alguns jogadores que começam a parecer presos por arames.

Independentemente de tudo,esta goleada não desacredita o trabalho bem feito até então à qual Sérgio Conceição e os seus jogadores muito merecem mérito. Tal como disse no final do jogo tenho o orgulho intacto nesta equipa. Vamos em frente!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Fez-se Fácil

Depois do jogo da Taça e de uma vitória com exibição convincente frente ao rival Sporting, de regresso o campeonato com uma deslocação teoricamente difícil a Trás-os-Montes contra um CD Chaves que já não perdia no seu reduto desde Agosto. 


A jogar fora, pese embora o forte apoio habitual nas bancadas, e frente a um adversário muito bem orientado assente numa filosofia de jogo atrativa e de "equipa grande", o FC Porto acabou por vencer facilmente num jogo em que todos esperariam mais dificuldades. 

O FC Porto simplificou o que poderia vir a ser complicado, e rápido se colocou em posição privilegiada para gerir o jogo como bem entendesse sem que o adversário oferecesse grande réplica, e até deu para fazer algumas poupanças. Jogamos bem, vencemos, gerimos. O que se pedia.

Destaques:

IN

TIQUINHO SOARES - Sérgio Conceição disse que dependia do jogador ficar ou sair da equipa e Soares tem dado a sua resposta. Depois de quase eclipsar, começa a dar um cheirinho do jogador preponderante que chegou no inverno passado ao Dragão, parecendo que toda esta polémica - muito bem gerida pelo clube e, principalmente, pelo treinador - foi o ingrediente necessário para acordar e espicaçar o atleta. Para além dos golos, fez ainda seis remates, dois enquadrados e ainda cinco duelos aéreos ganhos em oito.

PRAGMATISMO - A defrontar um adversário que gosta de ter bola, o FC Porto foi pragmático. Deixou o Chaves ter iniciativa, mas sem que este evoluísse no terreno de jogo, perpetrando contra-ataques rápidos em resultado da pressão exercida no meio-campo. Assim se explicam os 44% de posse de bola dos Dragões ao intervalo e os 5 remates enquadrados contra apenas 1 dos flavienses. 

GOLOS - Este FC Porto não se cansa de marcar. São já 89 os golos apontados em 36 jogos esta época. Mais do que em toda a temporada passada.  O resultado de uma equipa lançada para a frente que procura sempre mais.

OUT 

MAXI - Na globalidade, não se pode dizer que tenha sido uma má exibição do uruguaio mas Maxi Pereira demonstrou que começa a não ter andamento para acompanhar o ritmo com que joga a sua equipa, tendo grande dificuldade em recuperar compensando-o com faltas e agressividade desnecessárias, podendo colocar em risco a equipa. 

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Soares Indica o Jamor

Depois de dois empates, sem golos quer no ALVALADE SEC XXI, para a LIGA NOS, quer em Braga na final da TAÇA CTT, o DRAGÃO foi palco da terceira supremacia portista sobre os leões. Num grande jogo, o nó, desatado por tiquinho SOARES, dá a vantagem ao FUTEBOL CLUBE DO PORTO na meia-final da TAÇA DE PORTUGAL PLACARD, vantagem essa que, no meu entender, só peca por escassa.
O clássico entre FC PORTO e SPORTING CP começou da melhor maneira, referindo-me às abordagens táticas por sérgio CONCEIÇÃO e por jorge JESUS. E em questões que abordarei o mais brevemente possível, os dois técnicos olharam para o jogo de forma diferente, mostrando, cada um, em função desse olhar sobre o jogo, o porquê de serem os dois melhores técnicos em Portugal.

SPORTING

JESUS entrou no DRAGÃO, o seu estádio das más memórias, com dois ausentes de peso e um objetivo: WILLIAM carvalho e bas DOST, os ausentes, e não perder, o objetivo. Juntando aos dois jogadores influentes na manobra da equipa, GELSON martins foi lançado mesmo que (bastante) condicionado mas, JESUS, sabendo que a decisão seria daqui a algum tempo em alvalade, correu, e bem, o risco. Com os dados, realço duas notas: Primeiro, o SPORTING apresentou-se com 3 centrais, cristiano PICCINI, sebastian COATES e jeremy MATHIEU. Sem WILLIAM, forte no jogo de posse, seria um risco fazê-lo no DRAGÃO com o meio campo habitual (sem WILLIAM) e que deixaria os (teoricamente) 2 atacantes portistas para apenas dois centrais, isso sim, um enorme risco. Assim, a subida de fábio COENTRÃO e stefan RISTOVSKI, nas alas, permitia, não só ter uma supremacia na zona de posse, como jogava em superioridade também no eixo defensivo. Depois, em segundo lugar, o técnico leonino sabe que, seydou DOUMBIA ou freddy MONTERO não são bas DOST, por isso, lançou o costa-marfinense entregando-lhe a função de "acasalar" com GELSON e alterando a forma de atacar. O jogo ofensivo seria entregue quase todo ao extremo português, que jogando em zonas mais centrais, apenas participou nas ações ofensivas, pertencendo a DOUMBIA a tarefa de o libertar (GELSON) de todos os momentos defensivos. Essa foi a ideia de "JJ".

FC PORTO

Mais uma vez utilizando o meio campo de combate com sérgio OLIVEIRA e héctor HERRERA (contando com a ausência de DANILO), CONCEIÇÃO adivinhando as opções de JESUS ou, com pura coincidência - embora admitindo no fim do jogo que adivinhara a defesa a 5 (3+2) -, apostou em explorar as alas ofensivas. Assim, com SOARES e moussa MAREGA como os dois homens da frente, cada um descaiu para uma das alas, preferindo o técnico portista atacar a ala defendida por COENTRÃO. Aí, por exemplo, caíram, não só o extremo posicional, no caso jesús CORONA, e o lateral bastante ofensivo, RICARDO pereira, como ainda alternadamente, OLIVEIRA e HERRERA, mas principalmente MAREGA. Confesso que, quando vi HERNÂNI entrar, fiquei com pena de COENTRÃO e de ACUÑA tal tinha sido o massacre até então. Com a estratégia, CONCEIÇÃO obrigava um dos centrais a sair da zona de conforto abrindo aí espaço nas zonas de finalização. Ganhando ainda quase sempre as alas em superioridade, o FC PORTO construiu a sua posse de bola e os lances de maior perigo.

Em relação ao jogo, bastante equilibrado naquilo que eram as pretensões dos técnicos, vencer, para um, e não perder, para outro, teve um ascendente azul e branco, mais rápido e mais objetivo. Com yacine BRAHIMI uns furos abaixo que o habitual, a dupla OLIVEIRA - HERRERA tomou conta das operações enquanto o SPORTING procurou em todas as jogadas GELSON para este, individualmente, resolver um problema coletivo. E, embora o filme dos 45 minutos fosse igual aos outros 180 entre leões e dragões, o FC PORTO podia perfeitamente ter ido para o intervalo a vencer mas, quer rui PATRÍCIO perante BRAHIMI, respondendo a iker CASILLAS, quer o poste perante OLIVEIRA, ainda o cabeceamento de SOARES ao lado e os centímetros a menos de HERRERA, mantiveram o nulo.

No segundo tempo, o FC PORTO acentuou o domínio, apesar de o SPORTING ter entrado mais confortável, e SOARES acabou por mudar o guião de um filme já visto e revisto. Aos 60 minutos, respondendo da melhor maneira ao cruzamento de OLIVEIRA, fez com que PATRÍCIO ficasse apenas a ver a bola entrar junto ao poste. SOARES, que ainda apontou, tal como na sua estreia - também no DRAGÃO frente ao SPORTING -, ao bis, mas PATRÍCIO negou a possibilidade.

O SPORTING só nos últimos minutos tentou mudar o rumo da história, já com RÚBEN ribeiro e freddy MONTERO, mas além de o fazer tarde demais, acabou por se expor e também o FC PORTO, com OTÁVIO e gonçalo PACIÊNCIA em campo, e com mais espaço no meio campo ofensivo, podia ter ampliado a vantagem, mas o momento da decisão nunca foi o melhor.

Numa partida onde fica a ideia que JESUS podia ter arriscado um pouco mais, vindo ao DRAGÃO com menos ousadia do que VITÓRIA SC ou RIO AVE FC por exemplo, o golo de diferença acabou por ser lisonjeiro para a demonstração de força da equipa de CONCEIÇÃO. Ainda assim, ao quarto clássico, o FC PORTO, marcando o seu primeiro golo, continua sem sofrer e transporta a confiança para o jogo da segunda mão, onde até o empate serve para carimbar a viagem ao JAMOR. Ganhar foi importante, ganhar e ser melhor foi especial. E o estádio de Oeiras está à vista.

DESTAQUES

IN

CONCEIÇÃO - O técnico portista preparou da melhor maneira o clássico e acaba por seguir para Lisboa em vantagem e com a baliza inviolável. Parabéns CONCEIÇÃO.

RICARDO - As ações do lateral português não foram mencionadas no texto, mas RICARDO esteve fantástico e fisicamente impressionante. Tive, duplamente, pena do COENTRÃO.

HERRERA-OLIVEIRA - Sérgio OLIVEIRA esperou e finalmente parece ser uma opção segura e que acrescenta qualidade, a defender e a atacar. No entanto, falar no português sem mencionar HERRERA seria injusto. Mais uma excelente prestação do mexicano.

SOARES - Foi frente aos leões que o brasileiro fez asneira. Após a reprovação pública do técnico, tudo acabou por ficar sanado e o jogador de volta às opções. O golo é a prova que o puxão de orelhas fez efeito.

OUT

CADEIRAS VAZIAS - Na primeira vitória em clássicos foi estranho ver as bastantes cadeiras vazias.

SPORTING - Não retiro mérito a JESUS pelas abordagens táticas em função dos jogadores disponíveis, mas esperava mais da equipa leonina. Assumir uma postura ofensiva a partir dos 85 minutos é pouco e explica muito do que é o SPORTING em clássicos.

por Fábio Daniel Ferreira

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Sem Perder a Cabeça

Depois do desaire frente ao Moreirense no Comendador Joaquim de Almeida Freitas, o FC Porto recebeu um sempre complicado SC Braga onde não era permitido acusar a pressão do empate a meio da semana. Voltar às vitórias e regressar ao topo da tabela classificativa era preponderante.

De volta ao 4-4-2 clássico de Sérgio Conceição, o treinador portista apostou num meio-campo onde a surpresa foi Sérgio Oliveira a fazer
dupla com Herrera e ainda com Corona na asa direita da equipa portista.

O FC Porto entrou a pressionar alto e a condicionar a construção bracarense desde trás, permitindo aos azuis e brancos recuperar muitas bolas ainda no meio-campo da equipa visitante. Ao contrário do que aconteceu em Moreira de Cónegos, o FC Porto subiu ao relvado esclarecido e com vontade de atacar a baliza adversária desde cedo, colorindo o resultado com uma exibição sólida, de qualidade e que anulou quase na totalidade a equipa bracarense.

Com o meio-campo portista em perfeita sintonia, S. Oliveira e Herrera desdobraram-se por todo o terreno do jogo, ora atacava um e defendia o outro, o melhor elogio à exibição destes dois atletas foi mesmo não dar-se pela falta de Danilo, um verdadeiro pilar no 11 portista. Foi mesmo dali, do miolo dos dragões, que surgiria o golo inaugural da partida. Não é muito habitual vê-lo fazer golos assim, mas foi de cabeça que Sérgio Oliveira abriu o ativo logo aos 13 min coroando da melhor forma a entrada em jogo do FC Porto, numa altura em que se registavam uns expressivos 64% de posse de bola para a equipa da casa.

No primeiro remate à baliza, o SC Braga empatou a partida. Raúl Silva fugiu à marcação de Reyes (o único erro do central) e finalizou com um toque de classe sem que nada pudesse fazer José Sá.

O FC Porto não se deixou abater pelo golo do empate e continuou apostado em seguir a lição estudada para este jogo. Mantendo a calma, a qualidade no jogo também se manteve, os Portistas continuaram a fazer bem o que tinha de ser feito e, rapidamente, colocaram-se de novo na frente do marcador. Novamente de cabeça, mas desta vez por Diego Reyes, o central mexicano foi lá acima e colocou a bola longe do alcance de Matheus, redimindo-se da melhor forma do erro cometido no golo do Braga.

Era importante não perder o discernimento aquando do golo visitante evitando quebras na equipa e algum nervosinho que só prejudicaria. Tal não aconteceu, e o FC Porto restabeleceu a vantagem antes do intervalo. À ida para os balneários os Dragões dominavam em  todos os capítulos do jogo: 10 remates contra 4; 3 enquadrados contra apenas 1; 60% de posse de bola e uma percentagem de passe de 75%. Mais que justa a vantagem da equipa da casa.

O segundo tempo foi mais dividido, o SC Braga entrou melhor e a partida ficou mais repartida. O FC Porto não manteve o controlo como o fez no primeiro tempo com J. Sá a ser preponderante para manter a vantagem dos portistas, com uma defesa de grande nível ao remate de Paulinho aos 61'.

Numa altura em que os minhotos tentavam anular a desvantagem o FC Porto fez o terceiro, colocando um ponto final no resultado. Alex Telles fez a terceira assistência para golo e Aboubakar colocou o marcador em 3-1.

Vitória justíssima do FC Porto, frente a um adversário aguerrido e com ótimos executantes, dando a melhor resposta ao percalço da última terça-feira.

DESTAQUES:

IN

SÉRGIO OLIVEIRA - Melhor em campo neste jogo. A jogar pela primeira vez num meio-campo com duas unidades fez, porventura, dos melhores jogos de azul e branco. Para além do golo apontado, contabilizou dois passes para finalização, quatro dribles eficazes e 73 interações com a bola. No capítulo defensivo esteve igualmente em grande plano, vencendo 14 das 23 disputas em que esteve envolvido, e foi o atleta com mais desarmes, sete.

ALEX TELLES - Bem, que jogador. Totalista neste FC Porto, o lateral esquerdo brasileiro joga sempre e bem. Numa altura em que se levantam algumas questões relativamente ao nível físico de certos atletas, Telles, parece não saber o que isso é. Ataca, defende num vai-vem constante. Colocou 15 vezes a bola na área contrária e somou nove acções defensivas, entre as quais quatro desarmes e três intercepções. Jogaço.

DE CABEÇA NO TOPO -  3 golos, 3 cabeceamentos certeiros. Foi à cabeçada que o FC Porto ascendeu ao topo da classificação e despachou o Sp. Braga sempre servidos de bandeja por Alex Telles. O poderio portista nas bolas pelo ar é uma certeza, não só ao nível ofensivo como defensivo. Aliás, o FC Porto é a equipa que mais duelos aéreos vence na europa:  57,2% ofensivos e 69,5% defensivos.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O Triste Hábito de Complicar

Depois da eliminação na TAÇA CTT, frente ao SPORTING CP, deixando para trás um dos objetivos da época e, após o empate do outro rival, em Belém, conquistar os três pontos em Moreira de Cónegos era, mais do que importante, imprescindível. No entanto, num jogo com falhanços a vários níveis, o FUTEBOL CLUBE DO PORTO volta a claudicar, num passo de risco na luta pelo título.



O COMENDADOR JOAQUIM DE ALMEIDA FREITAS era o palco ideal para o regresso dos dragões às vitórias e as razões eram várias. Em primeiro lugar, os dragões vinham dessa mencionada derrota frente aos leões, uma derrota que precisava ser ultrapassada o quanto antes. Depois, nas contas do campeonato, os azuis e brancos terminariam a jornada com mais quatro pontos que o rival da LUZ, ainda com o jogo frente ao ESTORIL PRAIA CF por terminar, pressionando o SPORTING para a receção ao VITÓRIA SC, entrando a equipa de jorge JESUS, à condição, com quatro pontos de desvantagem.
Além disso, o FC PORTO tem pela frente um mês de decisões, nas frentes que lhe restam e um mau resultado frente ao MOREIRENSE FC colocaria certamente uma pressão extra na equipa de SÉRGIO CONCEIÇÃO. Assim sendo, os dados estavam lançados.

Nas quatro linhas, PAULINHO um dos mais "sonantes" reforços do último defeso, foi a novidade no onze azul e branco. No miolo do terreno e, na ausência de DANILO pereira, ÓLIVER torres foi o "parceiro" de héctor HERRERA jogando, na frente, a habitual dupla moussa MAREGA e vincent ABOUBAKAR. E se no onze portista nada houve de muito surpreendente, aquilo que, tática, ténica e até fisicamente os jogadores ofereceram foi de lamentar o fecho de mercado.

No primeiro tempo e, não obstante o controlo do jogo, os Dragões foram parcos em ideias. A construção de jogo ficou a cargo de HERRERA e ÓLIVER, o que lhes retirou a possibilidade de jogar mais à frente. Assim, o jogo interior para o qual CONCEIÇÃO preparou a sua equipa ficou reduzida ao aparecimento de BRAHIMI (quase sempre com bola) e do estreante PAULINHO que, embora os bons promenores, mostrou uma natural falta de entrosamento com os companheiros. Assim, o jogo do FC PORTO teve que ser feito através da subida dos laterais e nas habituais desmarcações nas costas da defesa contrária, solicitando, quer ABOUBAKAR, quer MAREGA. Numa primeira parte pobre, os pés direitos de ÓLIVER e PAULINHO e o esquerdo de yacine BRAHIMI tiveram as unicas situações de golo.

No segundo tempo, o FC PORTO passou a fazer a construção através de ÓLIVER, alargando os centrais e dando perfundidade a RICARDO pereira e alex TELLES mas, a alteração tática não mudou a passividade portista. O jogo de ÓLIVER e HERRERA não foi o melhor. RICARDO, mais comedido que o costume e BRAHIMI a fazer um dos piores jogos da época, a ainda uma dupla no ataque sem bola para fazer golos. A partir dos 60 minutos e, começando a olhar para o relógio, a pressão do FC PORTO começa a ser feita mais em cima (finalmente) e SOARES avança para jogo levando consigo, as bolas na área que só pecaram por tardio.

Sem que JOSÉ SÁ tivesse alguma hipótese de aparecer em jogo, tamanho era o dominio azul e branco, CONCEIÇÃO lançou ainda majeed WARIS e as oportunidades, mesmo que a maior parte das vezes aos trambolhões, foram-se sucedendo. E quando não era a incompetência azul e branca a estar, pela negativa, em evidência, mais uma vez e como em tantos outros jogos, o trabalho da equipa de arbitragem juntamente com o famoso VAR, não ajudam, com mais uma grande penalidade e um golo (legal) subtraídos.

Assim, tal como na época passada o FC PORTO dá-se mal com os tropeções dos adversários, num mau hábito que contrasta com a história do clube. Em Moreira de Cónegos ficou, mesmo que com erros que não são culpa sua e frente a um MOREIRENSE sem as abébias de outros jogos, ficou uma exibição amorfa e um exemplo daquilo que não devemos ter daqui para a frente. Como referi, num mês de decisões, com SPORTING, na TAÇA DE PORTUGAL PLACARD e na LIGA NOS, com LIVERPOOL FC para a prova milionária e onde se segue o SC BRAGA, há que arrepiar caminho  e, mais do que ter um sem número de adeptos a acreditar e a apoiar, há que fazer com que esse mar azul continue. Crença existe, confiança também mas a margem para falhar é quase inexistente.

DESTAQUES

IN

PAULINHO - Apesar do jogo coletivo menos conseguido bons promenores com a bola nos pés. Ansiamos novas aparições.

Alex TELLES - RICARDO - O défice fisico foi evidente, ainda assim dos mais esclarecidos do FC PORTO.

FELIPE - Lesionado durante uma boa parte do tempo de jogo, evitou paragens e aguentou até ao fim.

OUT

CONCEIÇÃO - Dia menos para o técnico portista. SOARES tarde e sérgio OLIVEIRA sem se perceber muito bem.

VAR - As queixas continuas, mas as vitórias do VAR sobre o FC PORTO também.

por Fábio Daniel Ferreira