sábado, 17 de fevereiro de 2018

Cair Com Estrondo

Pior derrota da história em casa. Foi com este balanço que se fechou o jogo que opôs o Liverpool ao FC Porto na visita dos ingleses à cidade invicta. 

Se aquando do sorteio, dadas as opções, este Liverpool era encarado como um dos males menores a sair na rifa, certo é que pior resultado seria impossível. O FC Porto levou uma verdadeira amassadela numa noite em que nada saiu bem e, ainda que com a segunda mão para se jogar, podemos assumir que caímos com estrondo.

À semelhança do que já li por aí e concordo, nem o Liverpool é tão bom assim, nem o FC Porto tão mau. Acontece que, após o primeiro golo, a equipa não soube reagir, manter a calma o que, aliado ao desgaste notório dos dragões e a uma equipa inglesa cheia de força e com uma frente de ataque demolidora, os portistas afundaram-se por completo sem conseguir dar resposta. 

O jogo até não começou mal, pese embora sem grande pendor ofensivo, foi o FC Porto que criou a primeira grande oportunidade do jogo. Com uma equipa mais recuada, os portistas pareciam apostados em explorar a velocidade nas transições, dando a iniciativa à equipa inglesa explicando-se assim os 74% de posse de bola dos visitantes à passagem do minuto 20.

Se até a este momento se podia perspetivar um jogo interessante, aos 25 min tudo mudou. José Sá vacilou e o Liverpool adiantou-se no marcador. A partir daqui o rumo do jogo alterou-se drasticamente. A equipa portista nunca mais se encontrou, desanimou e sofreu o segundo, com a toada inglesa a continuar na segunda parte com mais 3 golos sem resposta.

Com um FC Porto a entrar mais fechado na tentativa de lançar contra ataques, o golo aos 25' obrigou Sérgio Conceição a alterar a sua abordagem, expondo-se mais. A equipa tentou subir mas o sobre-rendimento de alguns atletas e o próprio sistema com que se apresentou em campo, não só boicotaram qualquer tentativa de inverter a desvantagem, como conduziu a equipa para uma espiral negativa da qual não mais conseguiu sair. 

A opção de abordar o jogo com um meio campo ora a dois, ora com 3 mas com Otávio mais pelo meio foi arriscada e inesperada, ainda para mais quando Conceição tem vindo a optar por utilizar um meio-campo a 3 combativo em jogos de maior exigência. Ora, com Marega que tem andado longe da sua disponibilidade física de outrora, com Soares que não tem a mesma velocidade de Aboubakar e com um maio-campo a dois/três sem Danilo mas com Otávio cujas capacidades para ajudar no processo defensivo não são as maiores, acabaram por ditar a pouca capacidade ofensiva da equipa e o descalabro a nível defensivo, dando espaços entrelinhas que nunca poderia conceder a uma equipa que os explora tão bem como este Liverpool.

Mais do que apontar o dedo a José Sá, fracassou a estratégia. É certo que precipitada por um erro, mas que acredito que não fosse por isso, seria uma questão de tempo até ir dar ao mesmo desfecho.

Resta virar o foco para o Rio Ave e fazê-los pagar a fatura e, na segunda-mão, tentar de alguma forma limpar a imagem deixada quarta-feira. Depois disso podemos virar-nos para o que realmente importa, o campeonato, e começar a dar mais descanso a alguns jogadores que começam a parecer presos por arames.

Independentemente de tudo,esta goleada não desacredita o trabalho bem feito até então à qual Sérgio Conceição e os seus jogadores muito merecem mérito. Tal como disse no final do jogo tenho o orgulho intacto nesta equipa. Vamos em frente!

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