segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Resposta Dada Resposta Honrada

Ah e tal quer queiram quer não, uma goleada deixa sempre mossa. 

Aí está a resposta ao desastre europeu. Depois da tempestade a meio da semana, veio a bonança para os lados do Dragão e, para infelicidade de muitos, foi esta a mossa que deixou na equipa: despachar o Rio Ave com uma goleada e um grande jogo. 

Com uma surpresa na baliza, o FC Porto entrou praticamente a vencer. Sérgio Oliveira, com o pé quente, fez o quarto golo consecutivo em competições internas e adiantou a equipa no marcador logo aos 2'. Um golo tão cedo só pode ser benéfico e foi mesmo isso que se veio a comprovar. Numa altura em que os portistas entravam em campo ainda a lamber as feridas, o golo madrugador foi como devolver tudo à normalidade, estendendo a passadeira para uma exibição de grande nível.

Pese embora reconheça a boa época até ao momento da equipa de Vila do Conde e do futebol apelativo e de boas ideias que procura privilegiar, conseguido-o com algum sucesso, sou da opinião que para lá das boas ideias, o Rio Ave pratica ainda um futebol muito previsível que Sérgio Conceição e os seus pupilos tão bem têm sabido anular e tirar partido quando defrontam os comandados de Miguel Cardoso.

Com uma construção bem desde trás, é Cássio o primeiro homem do Rio Ave a quem é incumbida a função de iniciar o jogo da equipa, fazendo-o normalmente com passes para os centrais que alargam o terreno ou para Pele que recua até entre estes e que, posteriormente, procuram os seus laterais como linha de passe. Pressionando alto a zona de construção da equipa visitante e reduzindo as linhas de passe, permitiria recuperar muitas bolas ainda no meio-campo do Rio Ave ou obrigar o seu guarda-redes a bater longo e, aí, poder ganhar as primeiras ou segundas bolas. E foi mesmo isso que aconteceu. Soares, Marega, Corona e Brahimi pressionavam a linha defensiva rio-avista com auxílio de um dos seus médios, confinando o jogo visitante ao seu meio-campo defensivo e com poucas repercussões ofensivas.

20 min após o golo inaugural, era dada continuidade à boa entrada dos azuis e brancos com Soares a fazer o segundo depois da assistência para o primeiro golo. Já o tinha dito na análise ao jogo em Chaves, e volto a repetir. Fez bem o puxão de orelhas ao brasileiro, deu a melhor resposta e parece cada vez mais próximo do atleta que vimos chegar no inverno passado e que tão importante se veio a revelar. 

A lição trazida para o jogo mostrava os seus frutos, apesar dos 59% de posse de bola da equipa visitante, contabilizavam apenas um remate (desenquadrado) à meia-hora de jogo. 

A vencer por dois o FC Porto não abrandou, o Rio Ave concedia espaços e os portistas chegavam a zonas de finalização com grande facilidade. Marega aproveitou-se disso e, ao tentar assistir um golega, vê o seu passe desviado para a própria baliza por parte de Marcelo. Estava feito o terceiro.

Foi com 3 golos sem resposta que o jogo foi para o intervalo num domínio claro do FC Porto expresso nos números, onde apenas só não foi melhor na posse de bola: 7 remates contra 2; 4 enquadrados con 0 e 17 bolas na área adversária contra 8.

O segundo tempo, trouxe um Rio Ave mais perigoso na frente de ataque, para além da posse de bola se ter acentuado, na frente os visitantes criaram mais ocasiões de golo. Aos 15 min do segundo tempo o Rio Ave registava 66% de posse de bola e 3 remates (1 enquadrado), com João Novais em destaque. Nos minutos iniciais da segunda-parte, o Rio Ave dava melhor réplica do que em toda a primeira-parte.

Apesar da boa entrada, o FC Porto voltaria a tomar conta das incidências do jogo e, com naturalidade, fazer mais dois golos. Marega depois de meio golo, marcou o quarta da partida e a 5 minutos do fim Soares bisava e fazia o quinto.

DESTAQUES:

IN

CASILLAS - Não esperava vê-lo a titular, mas congratulo. Da mesma forma que SC passou Iker para o banco por uma semana em que este não trabalhou como na máxima exigência, por coerência podia perfeitamente passar para o banco José Sá por este não estar ao nível do que se pedia. Todos contam, agora é a vez de Sá estar do outro lado.

SOARES - Dois golos e uma assistência do brasileiro. Para além disso, Soares registou quatro remates, dois deles enquadrados, e dois passes para finalização.

SÉRGIO OLIVEIRA - Fez o golo que abriu as portas à goleada. Porém, para além disso, terminou a partida com dois dribles eficazes em duas tentativas, 83% de eficácia de passe e seis desarmes.

OUT

PACIÊNCIA/OLIVER -  Pena por não ver ser dado tempo de jogo a Gonçalo Paciência. É importante que não se tenha chamado o PL português para simplesmente fazer número. Se Gonçalo não entrou, Oliver teve mais sorte ainda que depois de ver o médio em campo fique sempre um sabor agridoce por não termos podido ver mais. O jogo ganha outro perfume nos pés do espanhol, gostava de o ter visto mais tempo em campo.

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