domingo, 4 de março de 2018

É Firme o Passo

Vencer era a palavra de ordem e o objetivo foi conseguido, vencemos! Está claro que para o FC Porto todos os jogos são para ganhar, mas este representava muito mais que isso: afastar o Sporting da luta pelo título e manter a vantagem para o benfica. E sim, ao contrário daquilo que possa parecer o FC Porto também tinha baixas. Bem sei que não convinha falar muito disso, caso contrário qual seria a desculpa para justificar a derrota deste Sporting? 

É óbvio que a equipa visitante não venceu porque estava sem Bas Dost e Gelson, mas o FC Porto sem Soares e Danilo, e com Ricardo e Abou no banco depois de vários jogos afastados por lesão é um pormenor sem relevância. 

Ao quarto jogo entre as duas equipas, o Sporting foi capaz de dar uma boa réplica e causar reais dificuldades ao FC Porto, coisa que ainda não tínhamos visto nos 3 jogos anteriores, onde, ainda assim, os portistas apenas conseguiram levar de vencida uma partida. No Dragão, assistiu-se a um desafio equilibrado, eletrizante e, em muitos momentos, com superioridade da equipa lisboeta. Os azuis e brancos souberam sofrer e acabaram por deixar em casa um triunfo importantíssimo na corrida pelo título.

Num jogo de parada e resposta, foi o FC Porto que entrou melhor no clássico. Os minutos iniciais registaram maior superioridade na posse de bola para a equipa da casa, com Marega a causar alguns problemas à defesa sportinguista. Foi precisamente do Maliano de quem saiu a primeira grande oportunidade do encontro, valeu Bryan Ruiz a evitar males maiores tirando uma bola em cima da linha. A resposta sportinguista não tardou e veio logo no lance seguinte.

Aos 26' nova oportunidade para o FC Porto e novamente por Marega, mas o africano, lançado por Gonçalo Paciência, não soube aproveitar da melhor forma o facto de ficar isolado perante Rui Patrício. Falhou Marega, mas não falhou Marcano. O central espanhol na sequência de uma bola parada concluiu da melhor forma o cruzamento de Herrera e abriu o marcador. Ao sexto remate dos portistas estava feito o primeiro aos 28 minutos.

O equilíbrio era a palavra dominante neste jogo e, pese embora a vantagem dos azuis e brancos, o encontro continuava bastante dividido. À passagem da meia hora o FC Porto mostrava mais perigo e intensidade, com um futebol mais prático e vertiginoso, ao passo que o Sporting procurava pausar mais o seu jogo com um futebol mais pensado.

Aos 43' o Sporting empata a partida. Bryan Ruiz recebe a bola solto de marcação, apenas com a linha defensiva portista pela frente. Marcano não recuperou a profundidade e o costa-ricanho aproveitou para progredir com a bola e lançar para a desmarcação de Rafael Leão.

No segundo-tempo, os portistas subiram ao relvado apostados a desfazer o empate e, logo aos 49 min, Brahimi deu de novo a vantagem aos portistas. Após nova boa jogada de Paciência, a fazer uso da sua capacidade para oferecer apoio, guardou a bola, ganhou espaço e cruzou atrasado para o interior da grande área, onde Brahimi apareceu soltou e não ofereceu hipóteses a Rui Patrício.

Até aos 60 min, o Sporting tentava passar para cima na partida, embora com mais posse não conseguia materializar o ligeiro ascendente que se ia verificando. Porém, a partir do min 70, o perigo para a baliza de Casillas foi aumentando cada vez mais, o domínio Sportinguista intensificou-se (62% de posse de bola) e os portistas recuaram, tentando apostar em contra-ataques rápidos, aproveitando a velocidade de Marega.

No momento de maior aperto para os Portistas, valeu a defesa sólida dos Dragões e o alto nível, habitual nos grandes jogos, de Iker Casillas que iam travando as investidas leoninas da melhor forma possível. Até final o Sporting contou ainda com duas ocasiões flagrantes, desaproveitas pelos seus homens da frente.

Jornada após jornada, independentemente do adversário, é cada vez mais firme o passo no caminho até à vitória final. A confiança, espírito de sacrifício e crença desta equipa são enormes. Jogue quem jogar, apresenta-se a bom nível. Não há amuos, apenas compromisso e vontade de ajudar. É muito disso de que é feito esta equipa, e a minha convicção é que será este o nível da equipa até final.

DESTAQUES:

IN

CASILLAS - Fez quatro intervenções, algumas de grande dificuldade. O guardião espanhol travou dois disparos dentro da sua grande área, numa dessa defesas a negar um golo quase certo a Fredy Montero.

G. PACIÊNCIA - Primeiro jogo a titular e ajudou a decidir. Não tem a velocidade vertiginosa que oferecem Abou e Marega, nem o faro de golo de Soares, mas oferece uma capacidade técnica, apoios e facilidade em jogar de costas para a baliza que os seus colegas não dão. Claro que, com a equipa a jogar predominantemente aproveitando a velocidade, com ataques rápidos, Gonçalo tenha maior dificuldade mas, quando teve oportunidade para fazer uso das suas capacidades fê-lo como aconteceu no lance do segundo golo ou quando isolou Marega na 1ª parte.

DALOT - Novo jogo a bom nível do jovem defesa, com o tónico de ser num jogo de dificuldade acrescida. Pensei que Ricardo poderia saltar para a titularidade, mas Sérgio deu um voto de confiança a Diogo Dalot e o miúdo não tremeu. Joga como gente grande, ataca defende, não tem medo e ainda para mais a jogar fora da sua posição preferencial.

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